São Conrado não é só uma ligação entre o Leblon e a Barra da Tijuca, mas um dos bairros mais cobiçados do Rio de Janeiro!
O lugar é também uma das duas praias caçulas da Cidade Maravilhosa, tem cerca de dois quilômetros de areia branca e fofa e ondas altas para o prazer dos surfistas.
São Conrado — que um dia foi chamado de praia da Gávea — começa na avenida Niemeyer e termina na Praia do Pepino. É cercada pelos dois mais belos morros dessa topografia, a Pedra da Gávea e os Dois Irmãos, e tem um dos pores-do-sol mais lindos dessa orla.
Toda essa paisagem ainda conta com a participação de homens-voadores e suas asas-deltas, vindos da Pedra Bonita, que passam voando até pousar, suavemente, nas areias da praia do Pepino. O conjunto visual é um dos mais belos do Rio de Janeiro!
No começo do século 20, só se chegava na região de barco. Nesse pedaço de terra, o senhor Conrado Jacob Niemeyer tinha uma fazenda de muitos hectares que, como aconteceu na maioria das freguesias, acabou sendo dividida em lotes e loteamentos.
Antes disso, ele mandou erguer ali, uma igrejinha para que sua esposa pudesse rezar perto de casa. A paróquia foi uma homenagem a São Conrado — o qual Niemeyer era devoto — um nobre italiano nascido muito rico e que se desfez de suas posses, tornou-se eremita, e passou a se dedicar aos mais necessitados.
Hoje, o bairro é de largas avenidas, tem vielas antigas com casinhas multicoloridas, casas grandes e poderosas, condomínios, e edifícios imensos que ficam à sombra da Pedra da Gávea, onde vivem políticos e artistas.
Além de tudo isso, ainda conta com o sofisticado shopping open Fashion Mall e o hotel Nacional. Esse hotel, que foi projetado por Oscar Niemeyer com jardins de Burle Marx, é um edifício em forma de cilindro, totalmente restaurado e modernizado, tem uma das vistas mais sensacionais e um dos melhores restaurantes da cidade!
Está pensando em como é viver em São Conrado, Rio de Janeiro? Veja esse depoimento: “Morar em São Conrado é uma delícia”, conta a artista plástica Valéria Costa Pinto, “por ser um bairro de praia, tranquilo, gostoso de andar, olhar a vista, dar um mergulho, aproveitar a praia e os quiosques (que estão sendo revitalizados)”.
Viu só? Há muito o que conhecer em São Conrado. Sua cultura, paisagem, lugares, atraem os olhares não só dos cariocas, como também, dos turistas.
Explorando a história de São Conrado
Ele poderia ser só um bairro de ligação entre as belezas cariocas, mas não é! É um dos bairros mais cobiçados do Rio, com um dos metros quadrados mais caros da cidade.
No final do século 19, enquanto o Rio de Janeiro crescia para o norte, a parte sul da cidade era um areal de plantas rasteiras, ocupado por fazendas e chácaras de famílias nobres, cujo acesso se fazia por mar ou por uma estradinha que hoje é a Marquês de São Vicente.
Foi quando, por volta de 1904, que Conrado Jacob Niemeyer construiu a igrejinha de São Conrado, a primeira construção da região. Seu estilo não é definido, mas a imagem barroca do século XVIII de São Conrado, veio de vapor da Alemanha. Nesta página há os horários de missa e mais informações.
Alguns anos mais tarde, o professor Charles Armstrong criou uma estrada que o levava até a escola onde lecionava na Chácara Vidigal.
Por volta de 1919, a estrada foi alargada e batizada com o nome de avenida Niemeyer, devido ao dono das terras e não ao famoso arquiteto (que só aparece na história nos anos 1950).
A história de São Conrado continua se formando entre os anos 1930 e 1940, com o surgimento de palacetes imponentes; e somente nos anos 1960, depois da construção da autoestrada Lagoa-Barra, é que o bairro se “verticalizou”. Arranha-céus residenciais de alta classe, como eram conhecidos na época, foram erguidos e ocupados por artistas, intelectuais e famílias com alto poder aquisitivo —como o Condomínio Edifício Praia Guinle. Depois, surgiram o shopping Fashion Mall e o famoso Gávea Golfe & Country Club.
A maior estrela do lugar é a Pedra da Gávea, o maior bloco de pedra à beira mar do planeta, com mais de 840 metros de altura! E é de lá, da rampa da Pedra Bonita, e seus mais de 510 metros de altura, que saltam as “pessoas-voadoras” que enfeitam os céus.
Mas não é só isso, São Conrado é cercado pelas florestas do Parque Nacional da Tijuca, pelo Morro do Cochrane, pelo Morro Dois Irmãos e pela Agulhinha da Gávea que pertencia à Fazenda São José da Lagoinha da Gávea (cujo dono era Salvador Correia de Sá e Benavides, um dos governadores da cidade do Rio de Janeiro).
Por que morar em São Conrado?
- por ser um bairro da Zona Sul tranquilo, perto do Leblon e da Barra, e com toda infra estrutura para se viver bem;
- oferece transporte público de qualidade e fácil acesso aos bairros vizinhos como Alto da Boa Vista, Barra da Tijuca, Gávea, Itanhangá, Joá e Rocinha;
- tem empreendimentos de altíssimo luxo;
- infraestrutura completa;
- contato com a natureza;
- perfeito para a prática de esportes aquáticos;
- e o preço médio dos imóveis, que varia de R$ 18.576,41 por metro quadrado.
Curiosidade: entre as décadas de 1930 e 1950, a Estrada da Gávea era o trecho mais concorrido do famoso Circuito da Gávea — também chamado de Trampolim do Diabo por causa das curvas sinuosas. O circuito fazia parte do calendário internacional de corridas de automóveis, por conta dele, aconteciam as festas mais badaladas e concorridas da cidade!
Até o final do século 19, o acesso a São Conrado era feito principalmente pelo mar. Por terra, o caminho era feito por meio da conhecida atualmente como: Estrada da Gávea, que só recebeu esse nome em 1917, após ser ligada à Rua Marquês de São Vicente.
Como foi visto, a história de São Conrado começa com a construção de uma igrejinha e hoje, o bairro é um dos lugares mais atraentes para morar no Rio de Janeiro.
Comer e beber em São Conrado
Mesmo que restaurantes estrelados não sejam o ponto forte do bairro, os quiosques pé na areia, algumas casas do Fashion Mall e o restaurante do Hotel Nacional, já dão conta do recado!
Quem vive em São Conrado é unânime em dizer que esse é um bairro de praia, esportes, e quiosques pé na areia. Mas para quem procura agito e badalação, esse não é o point. Até porque, para ir ao Leblon, Ipanema ou Barra da Tijuca, é super perto!
Tem dúvidas onde comer e beber em São Conrado? Veja as opções
Um dos primeiros botecos a se instalar no bairro, em meados dos anos 60, foi o famoso Bar Bem, onde hoje funciona o Boteco São Conrado.
Outro point que fez sucesso durante anos, foi a padaria Biruta, marcada pela qualidade do pão e café da manhã. O lugar cedeu seu espaço para o Supermercado Zona Sul, que segundo os moradores tem uma pizza bem gostosa, feita na casa, para ser devorada na hora.
A novidade mais recente do pedaço é o quiosque Barthô, filhote praiano do restaurante Bartholomeu, que por sua vez é inspirado no Bartholomeu de Paraty.
Inaugurado em 2020 pela consultora gastronômica Deborah Manfroi, é uma combinação entre a beleza natural do pedaço e o melhor da culinária, sendo comandado pelo chef Marcelo Souza.
Entre os pratos estão: o robalo assado no sal grosso, que acompanha spaghetti de abobrinhas e batatas coradas, e o Barthô Burger, feito com fraldinha moída na hora e maionese caseira de wasabi.
O quiosque tem um anexo charmoso, o Barbarthô, um lounge onde são servidos drinks exclusivos elaborados por Augusto Dornellas. Entre as estrelas estão o Sanca Beach, um clericot especial com frutas.
O restaurante francês Chez L’ami Martin, no Fashion Mall, é outra opção para provar comidas deliciosas, com um suflê de queijo divino!
O QuiQui (quisque, praia e gastronomia) é famoso pelas moquecas de frutos do mar, pelo atum em crosta de pimentas e gergelim, acompanhado de purê de batata doce com maracujá e spaghetti de abobrinha; e também, por seu atendimento pé na areia, para quem quer ficar na praia até tarde, além dos seus eventos que agitam o ambiente.
Outro sucesso gastronômico de São Conrado é a Pizzaria Oliva D’oro, que trabalha com produtos estrangeiros, como o famoso Pomodori Pelati CIAO e tem até pizza de doce de leite.
Vale a pena conhecer cada lugar e degustar as mais variadas delícias que São Conrado oferece!
Outros lugares de São Conrado: as estrelas do bairro
São Conrado é mais do que praia, esportes, quiosques. É também voo livre, golfe, hotel de luxo restaurado, galeria de arte…
Com a inauguração do Túnel Dois Irmãos, em 1971, hoje batizado de Zuzu Angel — túnel que liga a Gávea a São Conrado, e dá acesso a Autoestrada Lagoa-Barra (em 1981) — a mobilidade e a ocupação do bairro ficou mais fácil.
Com isso, em 1921, os ingleses responsáveis pela Cia Tramway, pertencente à Light, criaram o Gávea Golf & Country Club, um dos mais concorridos campos da cidade com 18 buracos.
Além da vista deslumbrante, o local promove atividades para os praticantes de golfe, oferece cursos e também eventos em geral.
Dez anos depois, surgiu o primeiro loteamento do bairro, idealizado pela família de Osvaldo Rizo, que ficou com a sede da fazenda. Em 1980, sua filha Cesarina, fez do casarão um centro de cultura e eventos, a chamada Villa Riso.
Em 1985, foi inaugurado o condomínio de luxo Praia Guinle, que já teve como moradores Gilberto Gil, Gal Costa, Chico Anysio, Beth Carvalho, entre outros.
Quando deu-se inauguração da Estrada das Canoas, Oscar Niemeyer projetou ali a Casa das Canoas, para ser sua residência — hoje, tombada pelo patrimônio histórico e cultural da cidade.
Um projeto que acompanha as curvas do terreno, tem um teto livre, e hoje é uma concorrida casa de festas.
Outro lugar que é uma estrela do bairro é o Open Shopping São Conrado Fashion Mall. Construído em 1982, é um comércio focado em artigos de luxo, refletindo a classe média alta que morava no bairro, um shopping aberto bem ao estilo Miami, com lojas top, cinema e restaurantes.
Hotel Nacional: Ícone de São Conrado
Ainda corriam os anos 60, quando surgiu uma torre de vidro cilíndrica de 45 andares, no começo de São Conrado. Foi uma revolução!
Projetado por Oscar Niemeyer e com paisagismo de Burle Marx, o Hotel Nacional foi o único que optou por essa ousadia para preservar a natureza e aproveitar a paisagem. Trinta anos mais tarde, em 1998, o mesmo foi tombado como Patrimônio da Humanidade.
Era o primeiro hotel à beira mar a ter boate, restaurante e outros serviços diferenciados, por isso era frequentado pela fina flor da sociedade carioca.
Com a falência da primeira administradora, o espaço ficou alguns anos fechado, depois foi comprado pelo grupo Gran Meliá, que restaurou e modernizou o hotel.
Passados alguns anos o empreendimento deixou de ser interessante para o Meliá, e desde 2019 o Hotel Nacional está sob administração do grupo goiano WAM que tem grandes planos para o lugar que é ícone da Cidade Maravilhosa.
Samba Galeria de Arte: um espaço contemporâneo em São Conrado
Não pense que, por ser um bairro relativamente novo, São Conrado não tem uma galeria de arte para chamar de sua.
O nome não poderia ser mais apropriado: Samba Galeria de Arte, onde tem como seu acervo um espaço inteiramente formado por arte contemporânea.
A dona da ideia é a Clarissa Cohen, galerista que cresceu em meio a arte, migrou temporariamente para o universo da música e voltou para as artes. Em 2016, juntamente com o seu marido Arnaldo Bortolon, inaugurou a Samba Galeria de Arte, com uma incrível seleção de artistas contemporâneos.
Instalada no Fashion Mall, a proposta da galerista é deixar as portas abertas, com as obras espalhadas pelas paredes, para que quem entre sinta o impacto dos trabalhos apresentados.
Atividades ao ar livre em São Conrado
Esportes radicais ou trilhas que alcançam o alto dos morros, são opções de passeios imperdíveis!
Voo livre
O Clube São Conrado de Voo Livre fica dentro da área do Parque Nacional da Tijuca, a uma altura de 517m do nível do mar.
É de lá, da rampa da Pedra Bonita, que cariocas e turistas saltam, em voos simples ou duplos, e pousam na praia do Pepino. O acesso é feito pela estrada das Canoas, são duas rampas, uma para asa delta e outra para parapentes. E a posição das rampas permitem voos lift e térmico.
Caminhada no morro Dois Irmãos
Outra atividade imperdível em São Conrado é a subida do morro Dois Irmãos. A caminhada não é sofrida, o passeio leva cinco horas, a vista é deslumbrante e, ainda, vale a pena visitar a Favela do Vidigal (do Vidigal, existe outra trilha que leva ao morro do “irmão menor”).
Trilha na Pedra da Gávea
A Pedra da Gávea, a estrela do pedaço, é uma montanha monolítica na Floresta da Tijuca, composta por granito e gneisse, que fica a 842 metros acima do nível do mar.
A entrada para a trilha fica na Barrinha, no final da Estrada Sorimã, entre os bairros de São Conrado e da Barra da Tijuca. É preciso atravessar o portão de um condomínio, mas o acesso se dá sem problema nenhum.
A trilha é pesada, com duração de 2 a 3 horas de subida íngreme, subindo o paredão através de fendas na rocha, encontrando lugares para apoiar os pés e as mãos. Subir é mais fácil, já descer…
Quem chega ao topo, consegue ver a esfinge e estranhas inscrições que, de acordo com relatos de missionários cristãos, podem ter sido feitas em fenício arcaico, cuja tradução lida da direita para a esquerda diz: Tyro Phoenicia Badezir Primogênito de Jethbaal. Muitas culturas se interessaram e tentam se apossar dessas inscrições e ainda hoje há dúvidas sobre sua origem.
Mistérios como aparições de luzes e seres estranhos, rondam a cabeça da Esfinge que parece esculpida na pedra.
Gostou de conhecer as opções de atividades ao ar livre em São Conrado? Além de ser um lugar lindo, repleto de paisagens inspiradoras, ainda oferece boas programações de lazer e diversão.