Punta del Este, que no século 19 foi fundada e batizada de Villa Ituzaingó, é um lugar mágico, desses que a gente não esquece e sempre quer voltar.
Essa magia não apenas por conta dos hotéis (The Setai em José Ignácio, Serena, Fasano Punta del Este, em La Barra, Hotel Conrad Resort & Casino na Playa Mansa, Mantra Resort, Spa & Casino, entre outros), cassinos e restaurantes todos cinco estrelas, mas pelo astral.
Não é à toa que é considerada um dos balneários mais sofisticados da América do Sul, sendo frequentada por artistas de todo mundo, vips, ricos e chiques, que têm casas espetaculares estrategicamente localizadas nos melhores bairros e praias.
Punta del Este fica num dos pontos mais ao sul do Uruguai, a uns 140 km de Montevidéu, e como diz o nome é uma ponta que invade o mar.
A cidade tem seus encantos em quase todas as estações do ano, menos no outono e inverno, quando faz muito frio, muitos restaurantes e lojas ficam fechados, mas a praia no frio também tem seus encantos.
A melhor época mesmo é de dezembro a março, sendo que para quem procura ferveção, o mês top é janeiro, o que não quer dizer que os outros meses quentes não valham a pena, só não ficam tão lotados – a Semana Santa é uma opção, tempo bom e pouca gente.
Um dos encantos de Punta é o sol, presente o dia inteiro, nascendo à Leste, na Playa Mansa, iluminando as poucas quadras que formam a cidade e vai se pôr na Playa Brava, onde é possível assistir aos mais belos pores do sol.
Punta del Este cresceu para o norte e para o sul, chegando a lugares distantes, como La Barra, José Ignácio, que são bem bacanas. Mas não deixe de conferir o antigo hotel L’Auberge, quase um castelinho no meio do bosque, famoso por seu delicioso waffle servido no chá da tarde.
E passear pelos bosques onde ficava o hotel San Rafael, um bairro de casas antigas, árvores centenárias e com o mesmo astral da Punta de quando era frequentada pela melhor sociedade uruguaia.
Entendendo Punta Del Este
Não que seja difícil descobrir a cidade mais glamourosa do Uruguai. Mas como ela cresceu muito e escapuliu da ponta para outras bandas, não custa explicar.
Para entender Punta del Este, é preciso saber que ela é uma península que invade e separa o Oceano Atlântico do Rio da Prata: de um lado, fica a Playa Mansa, banhada pelas águas tranquilas do Rio da Prata; do outro, a Playa Brava, mar aberto e ondas fortes.
Ela começa na pontinha, onde fica o Puerto de Nuestra Señora de la Candelaria, com 500 amarras para barcos e veleiros de todos os portes, e muitos restaurantes de frutos do mar fresquíssimos, passa pelo Farol de Punta del Este, e segue descendo pela avenida Gorlero, a principal, que praticamente está no centro da ponta.
Punta del Este cresceu tanto para o norte e para o sul, que seu nome virou genérico, porque surgiram outros bairros nos mais de 40 km de costa, como La Barra e José Ignácio, que são bairros bem bacanas, se rivalizam com a parte original, e boa parte das atrações também estão por essas redondezas.
Há quem ache que é no Centro que ficam as melhores atrações, hotéis, sorveterias, comércio, restaurantes e também museus (sim! Punta tem museus interessantes e arte de rua). Em La Barra acontecem as melhores baladas e quebram as melhores ondas.
Punta Ballena é famosa por abrigar a Casapueblo, onde o maior artista uruguaio Juan Paéz Villaró viveu e criou suas obras.
É a partir do Centro, cercando a Playa Mansa, que fica o Paseo Peatonal de Madera, uma calçada à beira mar feita de madeira para caminhadas e acesso a praia, e um deck para o rio da Prata conhecido como Glorieta. Para assistir aos mais belos pores do sol, a dica é o Puerto e a Playa Brava. A área é repleta de cafés e lugares para beliscar, tomar uma Porteña e curtir o espetáculo.
Vamos a La Playa?
Ok! Nós brasileiros temos uma das costas mais bonitas do mundo, mas as praias de Punta del Este não desapontam.
Se Punta é uma península, é a partir dela que as praias se dividem em Playa Brava, águas acinzentadas e frias; e águas mais clarinhas, mas igualmente geladas na Playa Mansa. A diferença é que, por ser uma ponta e o verão bem seco, é possível ficar na praia até bem tarde.
Aliás, é bom saber que em Punta del Este tudo acontece mais tarde, chegar na praia às 8 horas é coisa de criança, e olhe lá; já, chegar às 17h e ficar até as 21 horas é cool, difícil até de encontrar lugar para estacionar.
Almoçar às 13 horas? Nem os senhores e senhoras mais idosos. E sair para jantar antes das 23 horas, está fora de questão. Depois é dar uma esticada no cassino e/ou alguma balada, e a hora de dormir vai ser lá pelas cinco da manhã. Dá pra acordar cedo e ir para a praia?
O bacana das praias é que elas são limpíssimas, têm quiosques super charmosos, com petiscos e bebidinhas gostosas, como o quiosque do hotel Serena, na Mansa e o animado Parada 30, na Brava.
Se você quiser explorar opções mais longe, siga na direção oposta à Montevidéu, passe a famosa ponte ondulada (que chega a dar frio na barriga), e você está em La Barra, onde existem praias mais reservadas como a Playa de la Posta, ou os points badalados Montoya, Bikini e Playa Manantiales, onde está a moçada pegando onda ou praticando algum esporte aquático.
Por ali está lotado de cafés, sorveterias e restaurantes bem descolados. Cerca de 30 km mais a frente fica o sofisticado balneário de José Ignácio, uma praia mais astral, descolada, e muito concorrida.
Naturistas também tem uma praia para chamar de sua: Playa Chihuahua, na baía de Portezuelo, dois mil metros de areias e águas claras, onde o nudismo (opcional) é praticado desde os anos 1960, com toda segurança da prefeitura de Maldonado.
Além das praias da cidade, duas ilhas também merecem atenção para quem gosta de navegar: Isla Lobos, a maior colônia de lobos marinhos do hemisfério sul, mas é proibido desembarcar; e Isla Gorriti que já foi esconderijo de piratas, e hoje é Reserva Natural e Patrimônio Cultural.
Artes de Punta Del Este
Imaginar museus, galerias de arte, street art em um balneário pode parecer estranho, mas em Punta não é!
Punta del Este é repleta de arte, começando pelo mais simples: a arte e a história que está exposta nas ruas, de frente para o Atlântico fica a Imagen de Nuestra Señora de la Candelaria, a pequenina Iglesia de la Candelaria, bem em frente ao Farol, construído em 1860, para sinalizar os navios do que é o mar e o rio, ganhou prismas de cristal importados da França e uma bela vista do pôr do sol.
Na Calle 2, na Plazoleta Grã-Bretanha, está a âncora do navio britânico Ajax, que participou da Batalha do Rio da Prata contra os alemães, e serve como sinal do limite entre o oceano e o rio.
Também existe street art em Punta, com obras de artistas renomados, que acontece entre as Calle 11 e 14, uma das obras de destaque mais importante é o Vórtice, recente obra de David de la Mano.
A mais instigante obra de arte é La Mano, escultura do chileno Mario Irarrázabal, que enterrou uma mão de cimento nas areias da Playa Brava, deixando apenas os dedos de fora. “É a presença do homem na natureza”, diz o artista.
O escultor uruguaio Pablo Atchugarry, conhecido por suas formas abstratas, geralmente de mármore; criou o Parque de Esculturas a uns 30 minutos de Punta, onde fica seu ateliê, e espalhou suas obras pelos jardins e lagos. Uma visita que vale a pena!
Imperdível: A Casapueblo de Vilaró
Como em Key West, no sul da Flórida, visitar a casa onde Ernest Hemingway viveu é um programão para os amantes da literatura. A Casapueblo, em Punta Ballena, foi construída e idealizada pelo pintor e escultor Carlos Páez Vilaró, um dos mais importantes artistas uruguaios.
A casa em si já é um acontecimento. Uma escultura branca, de formas desalinhadas, “que foi construída como se fosse uma escultura habitável, sem plantas, seguindo meu entusiasmo”, explicou certa vez o artista, e está pendurada no alto de um penhasco sobre o mar. “Era uma casa muito engraçada”, teria escrito Vinicius de Moraes, em homenagem ao lar e oficina do amigo Vilaró, na música “A Casa”.
Hoje, no rooftop, onde vivia e criava o artista, fica um museu e uma oficina, algumas de suas obras estão à venda, e um cineminha mostra trechos da história de Vilaró.
No final da tarde (o melhor horário para a visita), enquanto cai o sol, acontece a Cerimônia do Sol, momento em que se declamam poemas escritos por Vilaró.
Um restaurante delicioso com vista privilegiada pode ser uma boa opção pós visita ou uma ida ao café, e ainda existe a possibilidade de hospedagem em um dos 20 quartos do Club Hotel Casapueblo.
E Rolam os Dados em Punta Del Este…
Os cassinos de Punta não deixam nada a desejar para os melhores do Las Vegas, Monte Carlo ou dos Emirados Árabe.
Como o jogo é permitido em Punta del Este, os cassinos atraem turistas (e brasileiros) desde os tempos em que o hotel mais bacana era o San Raphael, e seu cassino não era o único, mas o melhor.
O primeiro cassino cinco estrelas a abrir em Punta foi no Hotel Conrad Punta del Este Resort & Casino, que levava, em voos fretados, turmas de brasileiros para finais de semana banhados a jogo e divertimento.
Por ficar na Playa Mansa, perto do Centro, o hotel ainda tem balada na praia, no Ovo Beach, que nos verões recebe DJs festejados; um dos melhores Spas da cidade, e o restaurante Las Brisas, que fica aberto o ano inteiro e tem vista para a praia.
O cassino Enjoy Punta del Este funciona 24 horas por dia e tem uma imensa variedade de jogos, como slots (as maquininhas caça níqueis), mesas de roleta, change it, black jack, 21, pôquer, baccarat e salas exclusivas para jogadores vips. Ele é considerado um Poker Club que recebe torneios internacionais famosos.
O Nogaró, fica no Centro, foi reformado pelo Mantra Resort em 2009, e recebeu máquinas e mesas de jogos de última geração. E a sugestão de passar pelo El Sargo Restô & Café, o gostoso restaurante do cassino.
Já o Cassino Punta Shopping, fica dentro de um dos shoppings mais bacanas de Maldonado, conta com 300 caça níqueis, 4 jackpots e mesas de pôquer Pokertek Pro, as únicas do país.
Descobertas de Quem Frequenta e Ama!
Conhecendo Punta del Este há mais de 20 anos, a curadora de moda Helena Montanarini, conta para a HIGH dicas do que tem de bacana no balneário José Ignacio, o point mais cool do momento.
José Ignacio é uma antiga vila de pescadores que fica a uns 40 km de Punta del Este e mesmo sendo perto têm personalidades distintas.
Enquanto Punta é sofisticada, José Ignacio tem uma pegada mais pé na areia, mais easy going, o que não quer dizer que não seja elegante com suas duas praias (Mansa e Brava) e um farol ao estilo de Punta. Seus hotéis são super bacanas, o The Setai fica aqui, por exemplo, tem bons restaurantes, lojas, paradores e muito mais a ser descoberto…
Helena Montanarini que conhece muito bem José ignacio, tem dicas valiosas sobre esse lugar:
- Um bom começo é pelo parador La Huella, frequentado por uma galera do mundo todo, um bar com comida gostosa, som lounge, decoração descontraída e uma bela vista para a praia.
- Uma das lojas que mais gosto é a Mutate, que fica na Calle Las Garzas esquina com Los Tordos, que mistura design de móveis e de moda, alfaiataria masculina, de forma bem bacana.
- Quase em frente a entrada para José Ignacio, fica o bairro La Juanita e a livraria Rizoma, que além de livros vende cerâmicas, é um café e um hotel charmoso.
- Adoro duas pousadas, a Casa Tilo, onde sempre vou tomar café ou almoçar, e La Posada del Faro, mais chique, que merece a visita.
- Paula Martini, mulher de um dos donos de La Huella, é uma estilista com um estilo de roupas bem pessoal quase romântico, com peças volumosas feitas com tecidos leves como a gaze de seda natural.
- Nas noites de lua cheia, quando praia e mar ficam prateados, acontecem passeios a cavalo organizados pelo Haras Godiva que também é uma escola de equitação.
E já que você está lá, dê um pulo até a vizinha Garzón, onde fica a Bodega Garzón, reconhecida como a mais tradicional do Uruguai, com excelentes vinhos de diferentes personalidades, e o famoso restaurante do estrelado chef Francis Mallmann, que desenvolveu o conceito do lugar, a cozinha de fogos (churrascos) e o Cardápio de Mercado, ou seja, cozinham com o melhor do dia.