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Leblon: sua história marcada por um quilombo

Créditos da imagem de capa: google/freewalkertour.com/ “nenhuma violação de direitos pretendida”

O bairro mais cobiçado da cidade do Rio de Janeiro é pequeno, tranquilo e carrega uma história de luta marcada pelo Quilombo do Seixas.

Uma única faixa de areia e a avenida Delfim Moreira ligam o Arpoador ao Leblon, bairro batizado em homenagem ao francês Charles Leblon, proprietário da fazenda que ficava na área. 

Para facilitar a localização dos cariocas, um dos trechos mais lindos do litoral brasileiro, foi dividido em postos a cada 1 km, com quiosques, banheiros e chuveiros; no Leblon, os postos mais procurados são o 11 e o 12, mas o quiosque 5, em frente ao Hotel Marina, é famoso por vender uma das melhores caipirinhas da orla.  

Imagem mostra mapa do bairro do Leblon.
Mapa do Leblon.
Créditos: google/encontrariodejaneiro.com.br “nenhuma violação de direitos pretendida”.

No canto direito da praia, fica o Pontão do Leblon, onde o mar tem ondas e tubos perfeitos que fazem do point o preferido dos surfistas. Um pouco mais adiante tem o Mirante do Leblon, com uma das mais belas vistas para as praias, o mar e as ilhas. 

No conhecido Baixo Leblon, onde artistas como Cazuza e Miguel Falabella se reuniam, fica o Baixo Bebe, onde as mães levam as crianças para brincar. E tem também o Parque Penhasco Dois Irmãos, com mirantes espalhados pela subida, com vista para a Lagoa, o Jardim Botânico e o Corcovado.

Mirando o passado, por todo o Brasil formaram-se quilombos, comunidades que reuniam negros fugidos da escravidão. 

No Rio de Janeiro, a capital, o mais famoso ficava no Leblon. Era o Quilombo do Seixas, um senhor que vindo de Portugal moleque, ganhou dinheiro fabricando malas, e comprou um grande lote de terras na Zona Sul, encostado no Morro Dois Irmãos. Seixas era um próspero burguês, industrial, comerciante e abolicionista. 

Imagem mostra figura representando rodas nos quilombos do Leblon.
Assim eram os quilombos, onde se escondiam os negros fugidos da escravidão.
Créditos: google/por dentrodaafrica.com/ “nenhuma violação de direito pretendida”.

No fundo de sua Chácara das Camélias tinha uma caverna que, disfarçada por um portão coberto por Coroas de Cristo, lá, o comerciante abrigava os negros fugidos, aconteciam reuniões abolicionistas frequentadas pela Princesa Isabel e Rui Barbosa. 

Seixas plantou em sua chácara, as sofisticadas e raras flores que entregava no Palácio, e que passaram a ser o símbolo do movimento – “as camélias do quilombo do Leblon/nas lapelas”, parte de uma canção de Caetano e Gil, remetem ao movimento e identificavam quem era ou não abolicionista. 

A Chácara das Camélias acabou sendo vendida e hoje é o conhecido bairro Alto Leblon. O Quilombo do Leblon talvez seja o ponto alto da história do bairro, que a partir do começo do século 20, foi passando por inúmeras melhorias de infraestrutura, sediou as primeiras corridas de automóveis, e transformou as terras de José Seixas de Magalhães em objeto do desejo de moradia, para as classes mais abastadas.

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