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O que rola de especial por ai

Itaim Bibi: moradia, restaurantes e muito mais!

O Itaim é um bairro nobre, de perfil misto, que divide seu espaço entre prédios comerciais, edifícios residenciais de altíssimo padrão, lojas bacanas e comércios de todos os tipos.

Perder-se pelas ruas do Itaim é pura descoberta

Por ser uma região plana, é perfeito para quem gosta de ter tudo perto, e dar um pulo, a pé, até a padaria ou a farmácia. Curiosidade: o Itaim abriga a maior variedade de restaurantes de diferentes sotaques de São Paulo.

Na esquerda, o Parque do Povo com o bairro ao fundo. Na direita, grandes escritórios e moradias.
Créditos: spcity.com.br e gowork.com.br

Como a maioria dos bairros paulistanos, a história do Itaim tem um começo bucólico. Em 1896, um certo general José Couto Magalhães compra 120 alqueires de terras alagadiças, boas para caça e pesca. Ergue ali a Chácara Itahy (pedra pequena em tupi) onde passa a morar. Com sua morte, seu único filho e bastardo José herda a propriedade, que alguns anos depois é leiloada, sendo arrematada por seu tio Leopoldo, o “seu Bibi” (como as escravas chamavam o bebê), que foi morar na sede, até sua morte.

General Brigadeiro José Vieira Couto de Magalhães, o primeiro dono da chácara Itahy.
Crédito: spcity.com.br

A chácara foi dividida entre os herdeiros que, na década de 1920, lotearam o local e venderam para sitiantes italianos que produziam verduras e legumes, mantendo a sede da chácara que foi alugada para o Sanatório Bela Vista. Por volta dos anos 1950, depois de muito vende e revende de lotes, o bairro passou a se chamar Itaim Bibi e ganhou casinhas singelas onde viviam costureiras, empregadas domésticas, motoristas, verdureiros.

Com a canalização de alguns córregos responsáveis pelos alagamentos na década de 1970, o Itaim foi mudando de perfil, ganhando um tipo diferente de comércio, avenidas como a Faria Lima e a Juscelino Kubitschek foram abertas, as casas cederam espaço para modernos edifícios onde se instalaram grandes empresas, o bairro perdeu sua característica popular, e passou a ser considerado pelo CRECI como “Zona de Valor A”, e assim se tornou atração t para empreendimentos residenciais de alto luxo.

Na esquerda, Itaim nos anos 1950. Na direita, Depósito do Mappin.
Créditos: br.pinterest

Itaim Bibi: onde fica?

Não confunda o Itaim Bibi, bairro nobre da zona sul de São Paulo, com o Itaim Paulista, o último distrito da Zona Leste de São Paulo – dois perfis de bairro completamente diferentes.

A região considerada Itaim Bibi tem como divisas o Parque do Povo Mario Pimenta Camargo na Marginal Pinheiros, a Av. Cidade Jardim até a Av. 9 de julho, na altura da Av. Santo Amaro e rua Groenlândia e a Av. Juscelino Kubitschek. 

O bairro é cortado pela Av. Brig. Faria Lima, englobando a Chácara Itaim. 

Mapas do bairro Itaim Bibi
Mapas do Itaim Bibi
Créditos: hoshermap.com.br e casadosmapas.com.br

Quanto vale o metro quadrado no Itaim Bibi?

A maneira mais utilizada para computar o valor médio de um bairro é por clusters de metragem. Para imóveis de de 50 m² a 250 m², o valor oscila entre R$ 13.377 e R$ 12.390, o m².

(dados de setembro de 2020, fonte: proprietariodireto.com.br)

Vista aérea noturna de Itaim Bibi, com prédios com as luzes acesas
Ao cair da tarde, o Itaim se acende.
Créditos: spcity.com.br

Cadê a sede da chácara Itahy?

Na história do bairro do Itaim Bibi consta que a sede da chácara, construída no final do século 18, era feita de taipa de pilão, considerada uma verdadeira casa “bandeirista” por sua arquitetura rústica e nenhuma influência europeia. 

Na década de 1940, a casa foi alugada para o sanatório Bela Vista, que tratava de doentes mentais. Por sua localização privilegiada, por seu valor histórico e por seus 19 mil m² de terreno, a propriedade virou objeto de desejo das grandes incorporadoras. 

Por conta desses atrativos e pensando na valorização do bairro e do patrimônio histórico, em 1978, o antigo camiseiro da região Aloísio Soares, acionou o Condephaat para o tombamento e proteção da propriedade. Dois anos mais tarde, um grupo de especuladores adquiriu o terreno e decidiu pôr a casa abaixo. 

O Condephaat foi acionado novamente, mas na calada da noite, sem autorização, parte da casa foi ao chão. Todos os esforços foram feitos para que se preservasse as árvores e as ruínas da casa. 

Seguindo o movimento Gentileza Urbana, conhecido nos Estados Unidos, um acordo entre a Prefeitura e os novos proprietários, selou a proposta de erguer ali um edifício comercial.

O tal edifício foi composto com vão livre de 30 metros de altura e 45 metros de largura sobre a casa “bandeirista”, que seria restaurada pelos empreendedores. 

Demorou para a restauração ficar pronta, mas da hoje movimentada av. Faria Lima, é possível ver a parte de trás da casa, como há 200 anos atrás.

Fachada do edifício Pátio Victor Malzoni, no Itaim Bibi
Edifício Pátio Victor Malzoni, sede do Google, com a Casa Bandeirista ao fundo.
Créditos: mapio.net

A Casa Bandeirista do Itaim

A restauração da Casa Bandeirista levou mais de uma década, em um minucioso trabalho de restauração e reconstituição da época de sua construção. Originalmente a casa tinha nove cômodos entre sala, quartos e até uma capela. 

A construção é simples, com telhado de quatro águas, está caiada de branco, com portas e janelas de madeira cumaru. As fechaduras e chaves foram refeitas em ferro exatamente como eram no final do século 18. 

Além disso, as paredes de taipa de pilão foram totalmente restauradas no cômodo da capela, que teve seu altar recuperado. 

Em 2019 passou a funcionar ali o Instituto Casa Bandeirista, centro de referência histórica, cultural e arqueológica, aberto ao público e com acesso gratuito.

Av. Brig. Faria Lima, 3477, tel. (11) 3078-6914

Fachada da Casa Bandeirista, no Itaim Bibi
Casa Bandeirista restaurada e as árvores recuperadas.
Crédito: Lya Mayumi/revistarestauro.com.br

 

Ambiente da capela e cômodo com acabamento rústico carioca, na Casa Bandeirantes do Itaim Bibi
Na esquerda, ambiente da capela. Na direita, acabamento rústico carioca, comum desde 1600.
Crédito: Acervo Instituto Casa Bandeirista

Itaim: o melhor da gastronomia está aqui

Definitivamente o Itaim Bibi é o bairro com a maior variedade (e quantidade) de restaurantes, bares e botecos da cidade. 

Fazendo um exercício de memória, sem nenhuma pesquisa, chega-se a mais de 30 estabelecimentos espalhados pelo bairro, que servem culinária de diferentes sotaques.

A proposta é um bom italiano?

As nossas dicas são:

  • Sallvattore (R. Salvador Cardoso, 131, tel. (11) 3078-8686);
  • Nino Cuccina & Vino, que fica colado à Salumeria (R. Jerônimo da Veiga, 30, tel. (11) 3368-68630; 
  • La Pasta Gialla, do estrelado Sergio Arno (rua Pedroso Alvarenga, 528, tel. (11) 3079-3557);
  • Moma, Modern Mamma Osteria (R. Manuel Guedes, 160, tel. (11) 3078-2263;
  • Jamie’s Italian, do festejado chef inglês Jamie Oliver (av. Horácio Lafer, 61, tel. (11) 2365-1309).
Fachada dos restaurantes Nino Cucina e Jamie’s Italian, no Itaim Bibi
Na esquerda, Nino Cucina. Na direita, Jamie’s Italian, do famoso chef Jamie Oliver.
Créditos: ninocucina.com.br e cpgerenciamento.com.br

Você prefere um francês

  • La Tambouille (av. 9 de julho, 5925, tel. (11) 3079-6277) com seus quase 50 anos de existência, sem jamais ter perdido a majestade; Le Vin (rua Paes de Araújo, 147, tel. (11) 2626-0239) e seu delicioso ar de bistrô;
  • L’Amitie Bistrô Parisiense (r. Manoel Guedes, 233, tel. (11) 3078-5919, culinária tradicional dos bistrôs franceses. 
Fachada dos restaurantes La Tambouille e L’åmité Bistrô Parisiense, no Itaim Bibi
Na esquerda, La Tambouille, sempre o mesmo desde 1971. Na direita, L’åmité Bistrô Parisiense.
Créditos: baresp.com.br e lamite.com.br

Quer experimentar sabores diferentes

  • Tem o tailandês Marakuthai (rua Paes de Araujo, 77, tel. (11) 3078-3246); 
  • o havaiano Poke Haus (rua Emanuel Kant, 147, tel. (11) 3071-3641), super descontraído, que serve culinária nativa;
  • as empanadas e os alfajores argentinos do La Guapa de Paola Carosella (rua Bandeira Paulista, 446, tel. (11) 3079-2631); 
  • o peruano Osaka cocina Nikkei São Paulo (r. Amauri, 234, tel. (11) 3073-0234), que oferece uma bem dosada fusão de culinária peruana e japonesa, com ceviches maravilhosos. 
Fachada do restaurante Marakuthai, no Itaim Bibi
Marakuthai Itaim: de Ilhabela para São Paulo.
Créditos: duogourmet.com.br

 

Fachada do restaurante Osaka Cocina Nikkei, no Itaim Bibi
Osaka Cocina Nikkei.
Créditos: thefork.com.br

Culinária japonesa é a pedida?

É no Itaim que ficam os tradicionais japoneses: 

  • Kosushi (r. Viradouro, 139, tel. (11) 3167-7272);
  • Nakka (r. Pedroso Alvarenga, 890, tel. (11) 2594-2577);
  • Nagayama (r. Bandeira Paulista, 369, tel. (11) 3079-7553). 
Apresentação sofisticada do Kosushi e balcão Nakka Itaim
Na esquerda, apresentação sofisticada do Kosushi. Na direita, balcão do Nakka Itaim.
Créditos: kosushi.com.br e guide.michelin.com (Tadeu Brunelli)

Pensando em encontrar pratos de diferentes origens em um só lugar?

O Cantaloup é o seu restaurante (r. Manoel Guedes, 474, tel. 3165-3445). 

Se você prefere uma cozinha mais natural, anote: 

  • Bio (av. Horácio Lafer, 38, tel. (11) 3071-1968);
  • Be Fresh (rua Carlos Carvalho, 95, tel. (11) 3078-0558).
Prato saudável do restaurante Bio, no Itaim
Bio, a nova casa de Alex Atala, alternativa natural.
Créditos: tasteandfly.com.br

Se você estiver achando poucas sugestões – e nem falamos do Ritz, da Brasserie Vitória, do Spazio Gastronômico, do Barbacoa, entre outros –, dê uma volta pelo bairro. Com certeza irá encontrar um restaurante para chamar de seu.

Happy Hour: bares, botecos & cia no Itaim Bibi

Aos finais de semana os happy hours fervem, de ponta a ponta, no Itaim Bibi. 

A cada rua, a cada esquina, você vai encontrar um bar mais gostoso do que o outro. As especialidades das casas são as tradicionais comidas de boteco, petiscos, o chope estupidamente gelado, as caipirinhas, boa música e muita badalação. 

Algumas boas dicas são o Boteco do Hugo, a Vaca Véia, o Espírito Santo o Bardega (que tem a maior quantidade de rótulos de vinho da cidade). 

Happy Hour: fachada do Bardega
Bardega: 250 rótulos de vinhos diferentes.
Créditos: bardega.com.br

O & Cia. do título fica por conta das sorveterias Davvero Gelato Tradizionale, Vipiteno, CuordiCrema, Dolce Magie; das hamburguerias tradicionais como o Joakin’s, New Dog e o General Prime Burger; e das padarias (são muitas), com atenção especial para a Padaria da Esquina, onde fazer pão é uma paixão. 

Happy Hour: uma das criações do General Prime Burger
Uma das criações do General Prime Burger.
Créditos: web.generalprimeburger.com.br

A Grão Fino, pães sem glúten, sem lactose, para quem prefere uma dieta saudável, a PÃO, com delicioso brunch com pães orgânicos e artesanais, e a Vis Savour, do mais delicioso cappuccino belga.

Padaria da Esquina, onde pão é paixão.
Crédito: rappi.com.br

A família Fasano se instalou no Itaim

As casas do grupo Fasano estão muito bem representadas no Itaim.  

Só na rua Amauri você pode escolher entre o Parigi (275, tel. (11) 3167-1575) ou a Forneria San Paolo (r. Amauri, 319, tel. (11) 3078-0099).

O primeiro mais chique e badalado, a Forneria descontraída e com sanduíches divinos. Enquanto na rua Iguatemi, você encontra o Gero Panini (s/n, tel. (11) 3168-2495) e a Trattoria Fasano (s/n, tel. (11) 3167-3322). 

Ah! E o Buffet Fasano com seu famoso jardim interno no meio do salão, onde acontecem as festas mais hypadas da cidade, também é aqui (rua Leopoldo Couto de Magalhães, 912, tel. (11) 3074-4700). 

Por que será que eles escolheram ocupar o Itaim?

O que mais tem no Itaim Bibi além de restaurantes?

Não é só de restaurantes que é feito o Itaim. Mercearias bacanas, oficina de carros, materiais de construção, o shopping JK, a rua João Cachoeira onde se encontra de tudo como num grande shopping a céu aberto e muito mais…

Confira a seguir!

Eataly

É aqui, no Itaim Bibi, que fica o Eataly, nos moldes de Turim, Nova York e outras 36 lojas espalhadas pelo mundo, um espaço que reúne o melhor da gastronomia italiana, com mais de 8 mil produtos, 6 restaurantes, cafeteria, sorveteria, confeitaria e etc.

Onde: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1489, tel. (11) 3279-3300

Eataly: mais de 8.000 delícia made in Italy.
Créditos: panrotas.com.br

Shopping JK Iguatemi

Trapaceando um pouco, pode-se dizer que é no Itaim que fica o Shopping JK Iguatemi, filhote do Shopping Iguatemi, com uma variedade de grifes de moda feminina, masculina, infantil e de beleza importada incrível. 

Prada, Gucci, Burberry, Bottega Veneta, Louis Vuitton, Chanel, Coach, Goyard, Zegna, Sephora são algumas das principais grifes. Isso para não falar das sensacionais nacionais e do menu de restaurantes de dar água na boca.

Onde: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041, tel. (11) 3152-6800

Enoteca Decanter

A Enoteca Decanter é o endereço onde você encontra rótulos dos 17 melhores produtores do mundo, todos os tipos de uvas e bebidas, uma releitura dos vinhos produzidos nas origens da viticultura que aconteceu, provavelmente, no Cáucaso. 

Esses vinhos, produzidos por Josko Gravner em Friuli, na Itália, fazem imenso sucesso entre os enólogos aficionados.

Onde: r. Joaquim Floriano, 838, tel. (11) 3702-2020

Enoteca Decanter, o melhor dos melhores.
Créditos: atendevoce.com.br

As salas de cinema do Itaim são das melhores da cidade. No Shopping JK Iguatemi, a rede Cinépolis oferece 9 salas de cinema sendo 4 delas VIP, com poltronas ultra confortáveis e o teatro Santander e o Kinoplex Itaim, com 6 salas sendo 2 delas Premium. 

Mesmo tendo sido inaugurado em 2008, o Teatro Décio Almeida Prado ainda é pouco conhecido, suas instalações foram construídas para receber espetáculos de música e teatro (rua Cojuba, 45). 

É na r. Dr. Mario Ferraz, 414 que fica a Casa do Saber, que oferece cursos e palestras imperdíveis, sobre os mais diversos assuntos.

Moradora do Itaim Bibi dá sua palavra sobre o bairro

A economista Denise Contier é moradora do Itaim Bibi “desde sempre”, viu o bairro crescer e acompanhou a mudança de reduto de casinhas simples para edifícios ultramodernos. A pedido do blog da High, ela escreve sobre o bairro e dá algumas dicas: 

“Itaim é um bairro gostoso de se morar. Por muito tempo os novos prédios conviveram com inúmeras casinhas em ruas apertadas, quando ainda se sentia o aroma de chocolate que a extinta fábrica da Kopenhagen esparramava pelo bairro”, disse Denise.

Famosa fábrica de chocolates no Itaim.
Créditos: Uol Economia

“Muito plano e diversificado, nesse bairro dá para sair a pé e comprar desde tijolos e cimento até roupas e calçados, ir ao cinema, comer tanto em fast food como em restaurantes requintados”, completou a moradora.

O que ainda sobrou do Itaim de 40/50 anos atrás é o Botequim do Hugo (na voz corrente Bar do Hugo, na r. Pedroso Alvarenga, 1014), onde os deliciosos pastéis feitos por sua irmã podem ser consumidos com a cerveja geladíssima que você mesmo tira da geladeira. 

Botequim do Hugo, desde sempre o mesmo.
Créditos: baresp.com.br

Outra preciosidade do bairro é o Posteko, onde se lubrificam automóveis há mais de 50 anos, bem concorrido aos sábados. 

Apesar da loja de roupas para senhoras com o nome mais engraçado (Natandei, creio que derivado de Night and Day) ter fechado há pouco, ainda resta uma inédita fábrica de guarda-chuvas, a Grecco na rua Tabapuã, 756.

Na mesma rua, o armarinho  “Companhia do Tricô” – tipo de loja rara na cidade – é movimentadíssimo aos sábados, quando cursos de trabalhos manuais são ministrados: ponto imperdível para tricoteiras de plantão. 

Mas quem segurou mesmo até hoje o caráter especial do bairro, ainda que pressionada pela nova Faria Lima e seus baby boomers, é a Igreja de Santa Teresa de Jesus escondida na rua Clodomiro Amazonas, na esquina da rua Tabapuã. 

É ela que promove procissões pelo bairro, geralmente nos fins de tarde dos sábados, e faz a Festa dos Povos, em um único fim de semana por ano, quando fecha parte da Clodomiro, monta um palco e barracas com comidas típicas regionais. 

É bom lembrar do Gracinha, a  Escola Nossa Senhora das Graças. Meus irmãos e eu estudamos lá nos anos 1960, depois minhas filhas, e agora são meus netos!”

 

 

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