A economista Denise Contier é moradora do Itaim Bibi “desde sempre”, viu o bairro crescer e acompanhou a mudança de reduto de casinhas simples para edifícios ultramodernos. A pedido do blog da High, ela escreve sobre o bairro e dá algumas dicas:
“Itaim é um bairro gostoso de se morar. Por muito tempo os novos prédios conviveram com inúmeras casinhas em ruas apertadas, quando ainda se sentia o aroma de chocolate que a extinta fábrica da Kopenhagen esparramava pelo bairro”, disse Denise.
“Muito plano e diversificado, nesse bairro dá para sair a pé e comprar desde tijolos e cimento até roupas e calçados, ir ao cinema, comer tanto em fast food como em restaurantes requintados”, completou a moradora.
O que ainda sobrou do Itaim de 40/50 anos atrás é o Botequim do Hugo (na voz corrente Bar do Hugo, na r. Pedroso Alvarenga, 1014), onde os deliciosos pastéis feitos por sua irmã podem ser consumidos com a cerveja geladíssima que você mesmo tira da geladeira.
Outra preciosidade do bairro é o Posteko, onde se lubrificam automóveis há mais de 50 anos, bem concorrido aos sábados.
Apesar da loja de roupas para senhoras com o nome mais engraçado (Natandei, creio que derivado de Night and Day) ter fechado há pouco, ainda resta uma inédita fábrica de guarda-chuvas, a Grecco na rua Tabapuã, 756.
Na mesma rua, o armarinho “Companhia do Tricô” – tipo de loja rara na cidade – é movimentadíssimo aos sábados, quando cursos de trabalhos manuais são ministrados: ponto imperdível para tricoteiras de plantão.
Mas quem segurou mesmo até hoje o caráter especial do bairro, ainda que pressionada pela nova Faria Lima e seus baby boomers, é a Igreja de Santa Teresa de Jesus escondida na rua Clodomiro Amazonas, na esquina da rua Tabapuã.
É ela que promove procissões pelo bairro, geralmente nos fins de tarde dos sábados, e faz a Festa dos Povos, em um único fim de semana por ano, quando fecha parte da Clodomiro, monta um palco e barracas com comidas típicas regionais.
É bom lembrar do Gracinha, a Escola Nossa Senhora das Graças. Meus irmãos e eu estudamos lá nos anos 1960, depois minhas filhas, e agora são meus netos!”