Crédito imagem de capa: ilhagrande.org/google/ “nenhuma violação de direito pretendida”
A Ilha Grande, como diz o nome, é a maior de todas, com 193 quilômetros quadrados, e os melhores pontos para mergulho do pedaço
A Ilha Grande tem relevo acidentado e montanhoso, e elevações que alcançam cerca de mil metros de altitude, como o Pico da Pedra D’Água e do Papagaio.
O principal vilarejo é a Vila do Abraão, que conta com pousadas, restaurantes, bares e compras. De lá sai um serviço de barcas que liga a Ilha a Angra dos Reis e Mangaratiba. Quatro unidades de conservação ambiental ficam na Ilha Grande.
Quando D. Pedro II esteve na Ilha, ficou tão encantado que comprou as fazendas Dois Rios e do Holandês (hoje Vila do Abraão), onde construiu o Lazareto, um centro de triagem para passageiros que aportaram doentes.
Foi no Lazareto que, depois de desativado, foi construído o presídio Cândido Mendes, para onde eram levados os presos políticos e onde Graciliano Ramos escreveu Memórias do Cárcere, sobre os anos em que ficou confinado durante a ditadura.
Depois da demolição do presídio, a Ilha passou a receber visitantes e é conhecida como santuário ecológico.
De barco ou caminhando a Ilha Grande merece ser conhecida. De Araçatiba, uma pacata vila de pescadores com algumas simpáticas pousadas, chega-se, por trilhas, a praias como Araçatibinha, a Vila de Provetá, e a Praia Vermelha.
A duração da caminhada é de 5h30, mas vale a pena. Desviando-se do caminho, escondida entre a mata e os coqueiros, fica Itaguaçu, uma praia pequena e cinematográfica.
Lopes Mendes é a praia dos surfistas, voltada para mar aberto e com ondas (é, Angra também tem onda). Difícil chegar de barco, porque não existe porto. O jeito é atracar em Palmas e seguir a pé. O visual do caminho é fantástico, as areias impecáveis, mas não há infraestrutura.
O Saco do Céu, na enseada das Estrelas, é o ponto de encontro de quem está de barco. O mar é tão calmo que parece um lago e, nas noites escuras, o brilho das estrelas refletido na água chega a ser mágico.
Os melhores points para mergulho
São 50 pontos entre costões, parcéis, lajes e naufrágios, com as mais variadas profundidades e atrativos para quem faz mergulho autônomo, com snorkel ou “no peito”. Um de cada?
No Parcel dos Coronéis, um dos mais bonitos, o labirinto de pedras chega a 30 metros de profundidade e é perfeito para mergulho autônomo. O Parcel da Pedra Branca e a Pedra Branca são para mergulhadores profissionais.
Nas Ilhas do Papagaio, Búzios, Cobra ou Queimadas, as profundidades não passam dos 12 metros e peixes pequenos e multicoloridos, corais e esponjas são a principal atração.
Para ver tartarugas e botos, o melhor lugar é a Enseada do Sítio Forte. Mas lembre-se: a caça submarina é proibida. Leve sua câmera submarina, tire belas fotos, e guarde essas lembranças.
Naufrágios atraem peixes e mergulhadores
Por conta da quantidade de pedras que existem no fundo do mar de Angra, é preciso conhecer muito a região, ter barcos de baixo calado, e cuidado para não bater e perder o barco. Como aconteceu com o Encouraçado Aquidabã, que afundou em 1906 e ainda está quase intacto.
É muito estranho o naufrágio do Bezerra de Menezes, que saindo de Angra com destino a Paraty, tendo navegado dois quilômetros, bateu no alagado e foi a pique.
Outros naufrágios que atraem mergulhadores são os do cargueiro Pinguino e do navio Califórnia, vítima de ataque pirata na Praia Vermelha, para saquear sua preciosa carga. E há também os restos de um helicóptero que caiu, por conta do mau tempo, perto da praia do Bananal.
Vamos salvar a Loretti?
A Loretti não está mais no fundo do mar, mas a traineira de 110 anos, reconhecida como patrimônio da história do sistema penal brasileiro, que transportava presos políticos já na ditadura de Getúlio Vargas, está muito bem guardada.
Depois de ter ido a pique em 2014, na Marina Verolme, espera a recuperação pretendida pelo mestre Constantino Cotoxó.
A campanha “Salvemos a Loretti” foi lançada pelo fundador da Associação de Canoagem Oceânica de Angra dos Reis (ACOAR), Marcelo Lopes, com apoio de moradores da Ilha Grande e de vários empresários, que pretendem recuperar a Loretti e transformá-la em museu a céu aberto. Tomara!