Lisboa: a joia da Coroa que tem muita história a contar e coisas a fazer
Espalhando-se sobre sete colinas, subindo e descendo por ladeiras íngremes, ruelas tão estreitas que nem passam carros, é impossível não se encantar com as belezas de Lisboa.
Os edifícios centenários, as lojinhas que parecem estar (e muitas estão) lá desde sempre, as pastelarias (onde se fazem bolos e doces), e com senhores e senhoras mais antigos que ainda perguntam “o que a menina vai querer?” sem importar quantos anos você tenha, e as crianças que serão sempre os “miúdos”.
Lisboa tem uma doçura antiga que paira no ar como um manto de carinho. Carinho esse que tenha atraído os chineses por seus bons negócios de décadas atrás; pelos franceses, em busca de melhores impostos e oportunidades; e agora brasileiros encantados com a qualidade de vida que se encontra além-mar.
A cidade de onde saiu Cabral para encontrar o caminho das Índias e descobriu o Brasil assiste agora ao movimento inverso: brasileiros descobrindo os encantos da “Coroa”.
Lisboa pode tanto ser tradicional, como as tascas e o fado, como cosmopolita, moderna, viva, com o melhor da arte, da gastronomia, da noite, ponto de encontro das mais diversas culturas e dos edifícios de fachadas “Pombalinas” tombados pelo Patrimônio Histórico, que escondem moradias renovadas e muito sofisticadas, e se espalham pelas muitas freguesias de Lisboa.
E não se pode esquecer as vizinhas Cascais, Estoril e Sintra e as suas quintas espetaculares…
Entre Lisboa e SP: os encantos que levaram a brasileira e fotógrafa Vera Giorgi a dividir sua vida
O que levou a fotógrafa Vera Giorgi a escolher nossa terra-mãe para dividir sua vida entre Lisboa e SP?
“Luz boa… foi a primeira coisa que pensei chegando em Lis…boa! Sou fotógrafa e naquele segundo, soube que era lá que queria morar…
É um prazer acordar cedinho, máquina na mão, e ir dar um passeio no Monsanto, parque enorme (três vezes o Central Park, em NYC) no coração de Lisboa! Aquedutos, anfiteatro, miradouros, muito verde e pouquíssima gente…
Ou talvez andar de bike (ou a pé) ao longo do Rio Tejo, por seus oito quilômetros com enormes calçadões de pedra portuguesa, suas marinas, restaurantes (Ibo, Sud, Último Porto, Docas de Santo Amaro, Margem), os museus (MAAT, CCB, Coches, Cordoaria Nacional e suas ótimas exposições, o Arte Popular, o Museu do Oriente, o Mosteiro dos Jerónimos…).
Admirar os monumentos, como a Ponte 25 de abril, Descobrimento, a Torre de Belém, indo até a Fundação Champalimaud, e sua maravilhosa arquitetura e o divino restaurante Café Darwin.
Outro programa delicioso é conhecer a Fundação Gulbenkian, zanzar pelo lindo jardim, entrar em seus dois museus — um com a coleção eclética de objetos de arte e o outro de arte contemporânea. Se tiver sorte, pode ser que ainda assista a algum show no anfiteatro…
Outras boas pedidas são passear pelas ruinhas do Bairro Alto e do Príncipe Real… muitas lojinhas autorais de encadernação, bijoux, designers de joias, roupas, tudo de muito bom gosto.
Ir na Embaixada, no Lisbonlovers ou Real Concept Store, que são antigos palacetes com arquitetura de época, que viraram mix de lojinhas diferenciadas, restaurante e café.
Comida boa é o que não falta em Lisboa. Ótimos restaurantes como o Bel-canto, Alma, Cantinho do Avillez, 100 Maneiras, JncQuoi, tão bons quanto os de qualquer grande metrópole, mas bom mesmo é dar sorte e cair numa boa tasca (uma taberna ou botequim), que naquele dia recebeu peixe fresco e fazer uma excelente e anônima refeição!
Não perder:
- Teatro São Carlos;
- Fundação ou Casa-Museu Medeiros e Almeida;
- Estufa Fria (jardim em estufa no Parque Eduardo VII);
- Café Linha d’Agua (esplanada dentro do Jardim Amália Rodrigues, onde se provam “tostas e sumos” deliciosos);
- Igreja de São Roque;
- Casa dos Ovos Moles, na calçada da Estrela, doces conventuais maravilhosos, só indo lá pra ver;
- Casa dos Bicos (construída no início dos anos 1500, cuja curiosidade maior é a fachada revestida de pedra em forma de ponta de diamante, e que tem em seu primeiro piso a Fundação Saramago);
- Casa de Ginjinhas nas Portas de Santo Antão (construída no século 19 e que vende a bebida ginjinha, uma especie de licor fermentado, típico de Lisboa);
- Mercado da Ribeira com seus montes de restaurantes e mesas comunitárias e no andar de cima privé o delicioso Papa-Açorda.
Meu sonho se realizou, hoje moro entre Lisboa e SP… Amo!
São Paulo gigante, onde tenho todas as referências desde que nasci.
Lisboa, um lugar encantado, com tanta história que corre pelas veias, impossível de se conhecer totalmente, apesar de tão pequena… Sempre algo novo para ver, para experimentar, provar, vivenciar. Privilégio…”
Vera Giorgi é brasileira, artista plástica, fotógrafa e divide-se há cinco anos entre Lisboa e SP.
Facebook: Vera Amita Giorgi @Instagram: veramitagiorgi
História de Portugal e Lisboa: um passeio pelo passado e presente
Impossível, em poucas linhas, contar a história de Portugal e Lisboa que, dizem, remonta ao período neolítico.
Portugal, esse pedaço de terra na parte mais ocidental da Europa, foi objeto de cobiça, guerras e invasões por milênios. Foi poderoso e subjugado, rico e pobre, soberano e aviltado. Fundada, acredita-se, por volta de 1.200 a.C., que Lisboa sempre foi o centro nevrálgico desse pequeno país.
Em 1755, a cidade foi quase que totalmente destruída por um terrível terremoto, e reconstruída segundo os planos traçados pelo Marquês de Pombal, (Sebastião José de Carvalho e Melo), o Ministro da Guerra e Negócios Estrangeiros, o que gerou um estilo arquitetônico conhecido como “Pombalino”.
Por conta das ruas muito íngremes e estreitas, o centro histórico de Lisboa é servido por elevadores, como o de Santa Justa, e funiculares como o carril da Bica, que facilitam o acesso entre as partes baixa e alta; a antiga e a nova.
Ao contrário do que vem acontecendo com o passar dos séculos, é Lisboa que vem “roubando” espaço do belo Tejo, o que permitiu a construção de imensas avenidas, do “caminho de ferro”, da construção do moderníssimo porto e da urbanização do Parque das Nações e o Centro Cultural Belém.
Dica: Lisbon Story Centre é um museu interativo que trata da história de Lisboa, fica na Praça do Comércio.
Bertrand, a livraria mais antiga de Portugal
Importante: reserve uma parte do dia para caminhar pela rua Garret, e visitar a Livraria Bertrand, a maior e mais importante livraria da história de Portugal, fundada em 1732 por Pedro Faure.
Seu primeiro endereço foi na rua Direita do Loreto, com o terremoto mudou-se, voltando 18 anos depois para a baixa pombalina.
A famosa esquina era ponto de encontro de políticos, jornalistas e intelectuais, e de lá saiam as notícias mais frescas, como a fuga de D. João para o Brasil.
Em 2010, a livraria ganhou o Guinness World Record como “os mais antigos livreiros em atividade”.
A livraria Bertrand ficou na família até a morte de seu último descendente, no final do século 19, e passou por várias mãos, sem perder, porém, a personalidade, a importância e o catálogo de edições, apenas abrindo filiais por Portugal.
Dizem que os verdadeiros pastéis de Belém (a conferir) só se encontram na Antiga Confeitaria de Belém — reza a lenda, que há muitos séculos, uma cozinheira, sentindo falta dos ingredientes suficientes para o doce que tinha em mente fazer, inventou esses pastéis que, por anos, foram vendidos somente no Mosteiros dos Jerónimos.
A arte de Lisboa
Museus, galerias, feiras, exposições mostram o passado, o presente e o futuro do ponto de vista da arte de Lisboa.
Museus é o que não faltam em Lisboa, mesmo que a cidade em si seja um museu a céu aberto.
Os mais importantes e imperdíveis são o Mosteiro dos Jerónimos, uma joia da arquitetura manuelina (período posterior à pombalina) que começou a ser erguido em 1501, em cuja igreja estão as criptas de Vasco da Gama e Camões e onde eram rezadas as missas antes de os navegadores se aventurarem em alto-mar.
A Torre de Belém, parece boiar sobre as águas do Tejo às portas de Lisboa, foi erguida para defender e controlar as embarcações que chegavam à cidade, muitas delas carregadas com as riquezas provenientes do Novo Mundo.
No século 20, ela ganhou a companhia do Padrão dos Descobrimentos, escultura que simula a proa de uma caravela e seus bravos navegantes, heróis que deixavam a Europa em busca de novos caminhos para as Índias.
Um pouco mais além, a Ponte 25 de Abril que até então estava ligada à era das navegações, ganhou outro status com a chegada do MAAT (Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia), obra da arquiteta inglesa Amanda Levete, que ergueu ali uma construção futurista de metal, com escamas que remetem a dunas, e que viria a ser o cartão postal da Lisboa contemporânea.
Nosso arquiteto Paulo Mendes da Rocha, (re)embalou em linguagem atual o secular Museu dos Coches, com a sensacional coleção de carruagens da família real.
Completam a lista dos imperdíveis o Centro Cultural Belém, um complexo cultural que tem como estrela o Museu Coleção Berardo, com obras-primas de artistas como Pablo Picasso, Andy Warhol, Francis Bacon, Roy Lichtenstein e Anish Kapoor.
No Museu Nacional de Arte Antiga, como diz o nome, uma importante coleção nacional de pinturas antigas.
No Museu e Fundação Calouste Gulbenkian as obras apresentadas são dos mais variados períodos históricos, além da série de esculturas que se encontram nos jardins.
Arte portuguesa a partir do século 19 é o que se encontra no Museu do Chiado, arte moderna e contemporânea internacional.
Outro museu imperdível é do ceramista Rafael Bordalo Pinheiro e suas belas e valiosas criações. O museu existe até hoje, e a faiança ainda cria peças inspiradas no mestre, falecido em 1905.
Museu dos azulejos
Instalado e no antigo Convento da Madre de Deus, fundado em 1509, esse que é considerado um dos mais belos museus do mundo, convida a viajar pela história, desde o século XV até à atualidade pelos desenhos dos azulejos, uma das artes da península ibérica (que também se encontra na Espanha).
É comum ver palácios e monumentos com acabamento externo ou interiores todos azulejados. A história do museu remete às comemorações dos quinhentos anos do nascimento da Rainha D. Leonor, e ao desejo da Fundação Gulbenkian de ali fazer uma grande exposição.
Acabada a mostra, levantou-se a possibilidade de usar aquele espaço para um Museu Nacional do Azulejo, afinal uma arte portuguesa com certeza. Entre as preciosidades que se encontram no museu, que vão do século 16 aos dias de hoje, está um painel azul e branco que representa a Lisboa de antes do terremoto.
E mais:
- Museu do Design e da Moda;
- Museu de Artes Decorativas;
- Museu Nacional de Arqueologia;
- Museu Nacional do Traje;
- Museu do Oriente;
- Museu da Farmácia;
- Museu da Companhia Carris de Ferro de Lisboa;
- Casa-Museu de Fernando Pessoa;
- Fundação José Saramago.
Feiras e exposições
O Lisbon Arte apresenta, todos os anos, uma série de exposições de artistas portugueses ou não, nas galerias de arte de Lisboa.
Os futuros atores, atrizes e escritores apresentam várias peças anualmente na Mostra de Teatro Jovem.
A Feira do Livro de Lisboa, pretende levar, a partir de 27 de agosto, para as alamedas do Parque Eduardo VII, seu tradicional evento com os principais lançamentos da literatura portuguesa e internacional, além de encontros com autores.
Pode-se dizer que o Oceanário é o Museu do Mar
O Oceanário de Lisboa é mais do que uma visita ou curiosidade, é uma experiência. São mais de sete milhões de litros de águas salgadas, 30 aquários, e oito mil organismos entre quinhentas espécies de animais e plantas.
A grande estrela é o aquário central, com seus cinco milhões de litros de água salgada e o Oceano Global, com aves, animais invertebrados, peixes, anfíbios e mamíferos.
Construído para a Expo 98 pelo arquiteto americano Peter Chermayeff, com a intenção de atrair público e pesquisadores, o Oceanário lembra um porta-aviões ancorado em um cais cercado de água por todos os lados e espécimes de todos os mares do mundo. Um espetáculo.
Lisboa: uma cidade verde
Lisboa pode ser considerada uma cidade verde, repleta de parques, praças, jardins, tapadas, o que a faz ainda mais agradável.
O maior parque da cidade verde fica ao norte da avenida da Liberdade, foi batizado de Eduardo VII em homenagem ao monarca inglês, e ocupa uma área de 250 mil metros quadrados de plantas de todos os tipos, além de abrigar um Jardim Zoológico e um lago. A curiosidade são as formas geométricas feitas com plantas, uma característica própria.
O Jardim da Estrela foi projetado no século 19, tem um ar romântico e certa influência inglesa, e uma variedade de plantas, inclusive exóticas, invejável.
O maior parque de todos é o Monsanto, com as mais belas vistas da cidade e do rio Tejo, que fica aberto 24 horas por dia.
Datado do final do século 19, o Jardim Botânico é como uma colcha de retalhos formada por exemplares da flora do mundo inteiro, ele faz parte do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa e sua coletânea de vegetação subtropical é impressionante.
O Museu e a Fundação Calouste Gulbenkian e o Centro de Arte Moderna, são envolvidos por um maravilhoso parque com quase 77 mil metros quadrados repleto de esculturas de artistas internacionais.
O nome não podia ser mais lindo, aliás como todos em Lisboa, Jardim da Quinta das Conchas e dos Lilases, com mais de 200 mil metros quadrados perfeitos para relaxar.
Sobre as sete colinas e os bairros de Lisboa
Os bairros de Lisboa e suas particularidades: o mais antigo, o mais cool, o mais cobiçado, o mais hipster…
Dizem que os melhores bairros de Lisboa para se morar são o Rossio, Bairro Alto, Príncipe Real, Alfama e Castelo, Cais do Sodré, Parque das Nações, Chiado (que está sendo remodelado e muito cobiçado), Belém e Restelo, Lapa e o moderno Parque das Nações. Mas há outros, não tão estrelados, mas igualmente cheios de charme e graça.
Impossível falar de todos em detalhes, e a principal dica é que você se deixe perder sem relógio pelas ruas, vielas, becos, escadarias, vasculhando as lojinhas de produtos típicos, o que é que Lisboa tem (e não é que lá não tenha Prada, Gucci, Dior e cia), ou se deliciando numa tasca “a tomar uma bica” ou comendo um pastel de nata.
A Alfama é o bairro de Lisboa mais antigo e um dos mais típicos da cidade, com suas ruas muito íngremes, suas lojinhas típicas e seus cafés.
Por se espalhar aos pés do Castelo de São Jorge, é de suas muralhas que se tem a mais bela visão desse bairro com jeito de aldeia antiga, e que se divide entre as freguesias de Santa Maria Maior, o Chiado, e São Vicente.
Como um grande senhor, o Castelo de São Jorge fica em um dos pontos mais altos de Lisboa, de onde se vê boa parte da cidade, do mar e do rio.
É um ponto turístico imperdível, que foi construído para proteger a cidade dos romanos. O castelo foi palco de recepção a Vasco da Gama após sua viagem de descoberta do caminho para as Índias.
Como quase toda Lisboa, o castelo foi uma das vítimas do terremoto de 1755. Foi somente no começo do século 20 que ele começou a ser restaurado e, em 1990, foi novamente reaberto ao turismo.
Aos pés do Arco de São Jorge, um pequeno bairro com barracas que vendem frutas e lembrancinhas. Dica: a melhor vista é de uma das torres do Castelo, que fica a mais de 100 metros de altura. Ali, nos tempos da família real, eram guardados os tesouros da Corte.
Rossio: é aqui que fica a Praça do Rossio, uma das mais belas da cidade, que tem em seu centro o monumento de D. Pedro IV (Pedro I no Brasil), além do imponente Teatro Nacional D. Maria I e dois dos cafés mais famosos de Lisboa: o Nicola e o Beira Gare. Dica: preste atenção ao chão da praça que remete as calçadas de Copacabana.
Príncipe Real é um dos bairros de Lisboa mais bacanas, recheado de antiquários, parques, jardins e restaurantes estrelados.
Como em outras freguesias, o simpático Príncipe Real e seus edifícios antigos e amplos, acabou sendo objeto do desejo de empresas e de moradores em busca de espaço e tranquilidade.
As fachadas, tombadas pelo Patrimônio Histórico, mantém as características originais, e os interiores são verdadeiros espetáculos de modernidade.
Cais do Sodré fica às margens do rio Tejo, e se liga ao Bairro Alto pelo Elevador da Bica. É hoje considerado o bairro de quem curte badalar a noite, pela quantidade e qualidade de seus bares e baladas. É nesse cais que fica o Mercado da Ribeira, que merece a visita, assim como a divertida rua cor de rosa.
A Baixa Pombalina foi construída a mando do Marquês de Pombal, logo após o grande terremoto de 1755. Foi o primeiro bairro português a seguir um plano urbanístico e antissísmico, com ruas retas e perpendiculares tendo como eixo principal a rua Augusta.
Os edifícios seguem uma estética uniforme, tendo no térreo o comércio, nos primeiros andares os apartamentos menores e nos mais altos os maiores e mais luxuosos.
A Lapa é um bairro encantador, com vistas impressionantes, ruas tranquilas e arborizadas e onde ficam as mais importantes embaixadas do mundo (Irlanda, Áustria, Bulgária, Canadá, China, Finlândia, Indonésia, Luxemburgo, Ordem Soberana e Militar de Malta, Países Baixos, Reino Unido, Roménia, Suécia e Suíça).
Possui grandes casas, palácios e alguns imóveis tradicionais, onde vive a alta sociedade de Lisboa, o que faz com que o bairro seja seguro e tranquilo e um excelente lugar para se morar (na carona desses predicados, a vizinha Santos está emergindo com um dos bairros mais hipsters).
Dica: São raros os apartamentos reformados na Lapa, o que abre um leque de possibilidades para interessados.
Mesmo sendo um bairro basicamente residencial, é na Lapa que fica o Palácio de São Bento, sede do Parlamento de Portugal, que abre suas portas no último sábado do mês para a visitação com hora marcada.
Um passeio pelo Jardim da Estrela faz bem para a alma, com direito a conhecer a Basílica da Estrela, uma das mais belas da cidade e seu miradouro com vista para Lisboa.
Dizem que o melhor bife de Lisboa, acompanhado de papas fritas, fica no Café de São Bento, vale a pena conferir. Tomar um chá no Olissippo Lapa Palace, uma construção do século 19, pode ser uma boa pedida.
Tanto o Chiado quanto a Baixa Pombalina e o Bairro Alto estão exatamente sobre a área que foi mais destruída pelo terremoto de 1755, ou seja, na área mais central de Lisboa.
O bairro é o mais cobiçado de Lisboa no momento, não apenas pelas lojas descoladas (muitas reunidas no Armazém do Chiado), como pelas livrarias (é aqui que fica a Bertrand), cafés, restaurantes e bares badalados.
Também encontra-se pastelarias (como a Manteigaria, que serve um pastel de nata que não deixa nada a desejar aos famosos pastéis de Belém, confira!), ateliês e galerias de arte e design.
Mas também por ser um dos bairros mais agradáveis para ser descoberto caminhando (é aqui que está o café A Brasileira, com a estátua de Fernando Pessoa à frente) e pelas moradias bastante sofisticadas.
O Chiado sempre foi um bairro descolado de Lisboa, tanto por suas construções datadas da época da reconstrução, quanto pelo charme de suas ruelas estreitas, onde era comum esbarrar com artistas, intelectuais e escritores.
Lá pelos anos 1980, o Chiado perdeu o glamour e começou uma fase decadente. Há quem diga que por conta da concorrência feita pelo shopping Amoreiras.
Em 1988, um incêndio monstruoso destruiu 18 edifícios históricos, que foram totalmente reconstruídos e o bairro voltou a atrair a atenção de lisboetas e estrangeiros em busca de um lugar cool para morar.
É no Chiado que fica:
- o Convento do Carmo, hoje um museu com tesouros arqueológicos;
- a Vida Portuguesa, uma loja de produtos genuínos e algumas marcas que mantém a mesma embalagem de 100 anos atrás;
- o Teatro São Carlos, de 1793, palco de óperas imperdíveis;
- o Museu Nacional de Arte Contemporânea, instalado em um antigo convento;
- o Ascensor da Bica, que sobe as colinas mais íngremes da cidade;
- o Miradouro de Santa Catarina, com uma sensacional vista dos telhados da Lapa e da Madragoa e alcançado a ponte 25 de Abril e o Cristo Rei;
- a Igreja de São Roque que esconde um interior exuberante;
- uma variedade de restaurantes estrelados de renomados chefs portugueses.
O mais famoso deles José Avillez, com várias casas espalhadas pelo bairro, sendo o mais famoso o Belcanto, com duas estrelas no Guia Michelin e elencado entre os 50 melhores do mundo.
Para fazer frente ao mestre da culinária portuguesa, Henrique Sá Pessoa tem seu Alma, Vincent Farges o Epur, Ljubomir Stanisic, com o Bistro 100 Maneiras, e Tiago Santos, o Quorum. Ou seja: opções de boa mesa é que não faltam.
Os arredores de Lisboa e as pérolas portuguesas: Cascais, Sintra e Estoril
A poucos quilômetros de Lisboa ficam três pérolas portuguesas: Cascais, Sintra e Estoril.
Lá pelos idos de 1300, Sintra ocupava uma boa parte das vizinhanças de Lisboa, e foi o Rei D. Pedro I de Portugal que mandou separar Cascais de Sintra, criando uma simpática vila frequentada pela elite portuguesa.
Com o passar dos séculos Cascais se solidificou como um dos mais importantes subúrbios de Lisboa, com grandes quintas, belas praias, bons hotéis onde é possível provar delícias de excelentes chefs, e aproveitar o impecável campo de golfe de 18 buracos, do Onyria Marinha Hotel, que tem como vista a serra e o mar, e até conhecer suas vilas.
Sintra fica ao pé da serra de Sintra, a cerca de 30 minutos da capital, e durante muito tempo foi santuário real, ocupado por quintas sensacionais e frequentado pela nata da sociedade portuguesa.
Se sua ideia for ir-e-voltar no mesmo dia, não deixe de visitar pelo menos o Palácio Nacional de Sintra, uma mistura de estilo mouro e manuelino muito interessantes e duas chaminés feitas de azulejos.
O Palácio Nacional da Pena, que foi erguido no século 19, no topo de uma colina e tem uma arquitetura extravagante e uma vista deslumbrante. E a Quinta da Regaleira, datada do século 17, e parte do Patrimônio Histórico de Sintra.
Se der tempo, no caminho de volta a Lisboa, pare no Palácio de Queluz, que vale a pena. Dica: Desça até o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental de Portugal. Em dias muito claros a vista parece alcançar o Brasil…
O Estoril é conhecido como a Riviera portuguesa por conta de estar em uma pequena baía e abrigar hotéis e restaurantes estrelados, praias deliciosas, casas e quintas maravilhosas. Dica: Não deixe de conhecer o Cassino Estoril, considerado o maior da Europa.
A minha Lisboa
A maior e melhor ponte musical entre Brasil e Portugal, a cantora Eugénia Melo e Castro escreve, com exclusividade para HIGH, sobre sua amada terrinha.
“(Acordar e tomar o café da manhã, ou seja, tomar o “pequeno-almoço” no “Moço dos Croissants” em Campo de Ourique é o primeiro passo para um dia tranquilo de muitos passeios possíveis por Lisboa.
Se até há bem pouco tempo andar de bicicleta em Lisboa seria impensável… por causa das tais maravilhosas e íngremes Sete Colinas, por onde Lisboa cresceu e se espalhou, nesta Primavera já se vêm circular normalmente bicicletas leves e alegres, flanando pela cidade, sem medo das pedras das calçadas, das ruas, escorregadias e lustrosas, nem dos elétricos dos carrisdos carris dos elétricos, que para a nossa alegria circulam sem parar entre os bairros mais históricos.
Descer desde o Jardim do Príncipe Real até ao Cais do Sodré, e passar pelo Bairro Alto, pelo Chiado, pela Bica, pela Rua das Flores e parar para beber um copo na Taberna, e seguir em direção ao Rio Tejo. É uma delícia.
Lisboa transpira leveza e beleza, prédios antigos recuperados, árvores lindas, lojas cheias de história e de produtos nacionais sensacionais, flores, alegria, e muito tempo para se chegar sem pressa, onde a curiosidade nos levar…. um beco, uma travessa, uma viela, umas escadinhas, uma rua sem saída…. e o Tejo, sempre o Tejo no nosso horizonte.
Um mundo de esplanadas percorre Lisboa, desde o lado Oriental até à Torre de Belém.
Podemos ir comer o melhor peixe fresco de Lisboa na Doca de Belém, no Pina, com a sua varanda antiga sobre veleiros, onde quase se toca o outro lado do Rio, a Margem Sul. Também se aconselha ao pôr do Sol.
Podemos também visitar, logo ali, o MATT Museu, subir e ver uma das vistas mais deslumbrantes, ou ir conhecer o Museu dos Coches, depois visitar o maior e mais completo Jardim Botânico Tropical do Mundo, um segredo muito bem guardado pelos portugueses e entrar no deslumbrante Mosteiro dos Jerónimos.
Conhecer os Claustros e a sua beleza, e de quebra ir ao CCB, Centro Cultural de Belém…. algo surpreendente e interessante sempre pode acontecer nestes ambientes, interligados por largos jardins, pastelarias, lojas, sol, e o azul do céu.
Sim, porque a Luz de Lisboa é única, limpa e cristalina, o Sol descarrega e reflete sobre Lisboa todos os azuis do oceano Atlântico.
Podemos e devemos ir jantar ao Restaurante “Pap’Açorda”, um ícone de Lisboa, agora dentro do Mercado Time Out, em plena avenida 24 de Julho.
Depois não sei… os caminhos de Lisboa são misteriosos e poéticos, vale a pena mergulhar e ir descobrindo devagar, entrar nos cafés, nos bares e nos lugares, ouvir um fado, daqueles que só ao vivo nos transportam e emocionam……..ou um outro som inesperado…
Lisboa é a minha cidade particular, podemos subir até ao Castelo de São Jorge e ter uma visão romântica e plena sobre ELA, ou podemos ir até ao Lux e dançar, dançar até chegar o amanhecer… “
Cantora, compositora, viajante constante entre Portugal e Brasil desde 1982, gravou com Tom Jobim, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Chico Buarque, Ney Matogrosso, Gal Costa, Gonzaguinha, Adriana Calcanhotto, Toninho Horta, Mário Laginha, entre tantos outros e maravilhosos artistas brasileiros e portugueses.
O seu novo disco é uma nova aventura gravada em inglês, em Belo Horizonte “Sweet Psychedelics”, músicas e letras originais de Robertinho Brant e Marcelo Sarkis, uma nova banda, com arranjos magistrais de cordas de Wagner Tiso.
Lisboa Dentro de Mim, música inédita da cantora
Esta música foi o hino nacional da Lisboa Capital da Cultura 1994. Letra de Eugénia e música inédita de Frederico Valério, o maior compositor da Amália Rodrigues.
Participam músicos portugueses e brasileiros na maior sintonia, Wagner Tiso no piano, Marcio Montarroyos no trumpete, Pedro Caldeira Cabral na guitarra portuguesa e Yuri Daniem no contrabaixo… Todos feras. Tem uma letra bastante sugestiva sobre Lisboa….