“Tarde de domingo en Buenos Aires/Ay que lindo encontrarte/ Descubriendo la ciudad/Quiero que me tomes de la mano/ Que camines a mi lado… “ Essa letra, de uma música que fazia sucesso nos anos 1960/70, resume Buenos Aires…
“Baires”, um dos muitos apelidos da capital da Argentina, banhada pelo rio da Prata, é uma cidade cheia de encantos, que vão além da arquitetura de influência nitidamente francesa, das cúpulas e mansardas, que convidam a se olhar para o alto, e lhe renderam o apelido de “Paris da América Latina”.
É também, e talvez hoje principalmente, uma cidade cosmopolita, pulsante, com bairros que chamam a atenção por sua elegância e modernidade, como os dois Palermos — Soho e Hollywood —, Puerto Madero, do outro lado do rio, e a tradicional Recoleta, considerados os melhores bairros da cidade para se viver.
“Bais”, um dos nomes da “cidade dos teatros”, com cerca de 300 teatros ativos que apresentam desde peças de teatro, balés, musicais, concertos, etc., que não deixam nada a desejar a Londres e Nova York.
Tem também museus — o MAMBA é o onde está o nosso Abaporu, obra da modernista Tarsila do Amaral —, com a qualidade dos mais bacanas do mundo, tanto no que se refere a arquitetura que os abrigam quanto as obras que expõe, que podem ser hiper contemporâneas e experimentais, quanto importantes exemplares da arte do século 18 aos dias de hoje.
Mas não é só. Se Buenos Aires não é mais o paraíso das compras que foi um dia, ainda tem o shopping Patio Bullrich para ser visitado (esqueça as calles Florida e Santa Fé).
Tem excelentes restaurantes além das churrascarias, docerias e sorveterias divinas, livrarias maravilhosas e parques, muitos parques, que garantem que ela tenha a 3ª melhor qualidade de vida da América Latina. Vale ou não vale “descubrir la ciudad”?
A mí se me hace cuento que empezó Buenos Aires:
La juzgo tan eterna como el agua y como el aire.
Jorge Luis Borges, “Fundación Mítica de Buenos Aires”
Conheça um pouco da História de Buenos Aires
História de Buenos Aires: toda cidade tem seu passado, mas é sempre bom conhecer o seu começo.
Mesmo as cidades mais novinhas e projetadas tem seu passado. Conheça agora um pouco da História de Buenos Aires. Foi o marinheiro Juan Díaz de Solís, navegando em nome do Império Espanhol, o primeiro europeu a chegar ao Rio da Prata em 1516.
Mas a capital da Argentina teve sua primeira fundação em 1536, por Pedro de Mendoza, que chamou o local de Real de Nuestra Señora Santa María del Buen Aire, cumprindo uma promessa que fizera para a Virgem de Bonaria.
Desde seus primórdios a província sobreviveu do comércio. Os navios que vinham da Espanha eram visados pelos piratas, o que fazia com que eles procurassem as mais estranhas rotas para fugir dos saques, até ser declarada porto aberto no século 18.
E seu estatuto político também sempre foi problema, principalmente durante parte do século 19, até ser considerada uma cidade autônoma e a capital do país.
O século 20 assistiu aos altos e baixos argentinos, a seus piores momentos, mas os portenhos nunca desanimaram, abriram os braços para além do centro e souberam criar uma cidade rica em história, e com o olho no futuro.
Cultura de Buenos Aires: quais maravilhas guarda a cidade?
Qualidade e diversidade é o que encontramos na cultura de Buenos Aires
Mesmo sendo considerada a cidade dos teatros, com mais de 300 casas de espetáculos, a capital da Argentina tem dezenas de museus que merecem a visita por sua qualidade e diversidade.
Com 120 anos de história, o Museu Nacional de Belas Artes guarda mais de 12 mil peças de diferentes períodos, nacionais e internacionais, e uma dezena de coleções particulares doadas por colecionadores.
Entre os nomes que ocupam suas paredes estão Pollock, Moradi, Xul Solar, Monet, Portinari, esculturas de Rodin e Antoine Louis Barye, o que faz dele um dos melhores museus da cidade, contemplando a cultura de Buenos Aires.
Inaugurado em 1937, depois de o governo ter adquirido a moradia e as coleções da família Errázuriz Alvear, foi inaugurado o Museu Nacional de Artes Decorativas, no Palácio Errázuriz, onde vivia a família.
Mais de quatro mil peças entre mobiliário, porcelanas, vidros, cristais, tapeçarias, pinturas, esculturas, ourivesaria e armaria dão uma visão do fausto em que vivia a alta sociedade.
O palacete é um primor em termos de arquitetura, em estilo francês. Aproveite que está na área para visitar o MALBA, onde está o nosso Abaporu, de Tarsila do Amaral, tela vendida para o colecionador Eduardo Constantini por US$ 2,5 milhões.
Frida Khalo, Diego Rivera, Di Cavalcanti e Portinari fazem companhia a Tarsila no Museu de Arte Latino-Americano. Esses três museus podem ser visitados em um só dia, por estarem muito perto uns dos outros.
O MAMBA (Museu de Arte Moderna de Buenos Aires), em San Telmo, é um museu para quem tem o olhar apurado para a arte experimental e vanguardista. Localizado em uma antiga fábrica de cigarros.
É aqui que fica a obra mais polêmica da década de 1960, da artista Marta Minujín, “La Menesunda”, uma experiência sensorial e tanto, estando por ali, não deixe de visitar.
No bairro La Boca, próximo ao porto e habitado basicamente por italianos e espanhóis, é onde está a sede do time de futebol Boca Juniors e onde fica Caminito.
Também encontra-se a rua Colorida, com suas casas feitas de madeira pintada de várias cores e onde está o Museu Benito Quinquela Martín, com obras que retratam o cotidiano de quem vivia no bairro no século 19.
Benito Martín era pintor, conhecido como o “Pintor dos Portos” e Embaixador de La Boca. Outros artistas ocupam os dois primeiros andares da casa, no terceiro encontram-se objetos pessoais e obras de Benito.
Também em Caminito fica a Fundação Proa, voltada para arte contemporânea, imperdível é sua livraria, com mais de nove mil títulos de autores contemporâneos e independentes. No último andar, um restaurante-café gostoso com linda vista para Puerto Madero. Todos os pontos encontrados fazem parte da maravilhosa cultura de Buenos Aires.
Amalia Lacroze de Fortabat, a mulher mais rica da Argentina, mecenas das artes, concebeu ela mesma o museu que abrigaria sua Colección de Arte Amalia Lacroze de Fortbat. O acervo inclui desde um mosaico bizantino e relíquias egípcias a artistas como Xul Solar, Chagall, Dalí, entre outros.
O Centro Cultural Recoleta se autodenomina “uma fábrica cultural; um espaço para investigar, criar e produzir novas cenas artísticas” apresentando aos jovens um local criativo para desenvolver diferentes manifestações culturais como:
- hip hop;
- desenho;
- recreação.
Além de uma tenda com desenhos argentinos contemporâneos, cinema, laboratório de música, um centro de investigação, a residência dos artistas, e salas de exibição para artes visuais, etc.
O Museu Evita e o Museu River estão tão perto que parecem ter sido pensados para marido e mulher com gostos diferentes.
O primeiro procura manter viva a memória de Eva Perón, a “mãe dos pobres” por meio de fotos, vídeos de época, textos e seu guarda-roupa, considerado, na época, elegantérrimo.
Atravessando a rua, está o Clube Atlético River Plate, retratando mais de 110 anos de aventuras do time, cujo museu fica junto ao Estádio Monumental de Nuñes, para os fanáticos por futebol.
Encontre centenas de teatros em Buenos Aires
É difícil estimar quantos teatros há em Buenos Aires: calcula-se perto de 300 casas de espetáculos, mas podem haver mais, pequeninos, experimentais, tocados por grupos jovens alternativos e que não fazem parte do circuito oficial.
A maioria dos grandes é dependente do Governo da Cidade de Buenos Aires e onde se apresentam os clássicos do teatro universal, música, lírica, de câmera e espetáculos de dança, são grandes espaços como o Teatro General San Martín, o Teatro Colón, e o Teatro Nacional Cervantes, salas declaradas Monumento Histórico Nacional por sua história e arquitetura únicas.
O circuito comercial não para de crescer, e é onde acontecem os musicais, stand up comedy, clown, shows de tango, revista e infantis. Alguns deles são o Lola Membrives, Nacional, Astral, Complejo Teatral La Plaza, Metropolitan e Ópera.
Existe também um circuito independente (uma espécie de off Broadway portenha), que apresenta obras de vanguarda de baixo orçamento e muito sucesso.
Essas salas, geralmente pequenas, ficam perto de bairros como San Telmo, Palermo e as mais conhecidas são o Teatro Beckett, El Camarín de las Musas, Callejón de los Deseos, La Carbonera, o Piccolino, e o Centro Cultural de la Cooperación.
Como é impossível falar de todos, melhor focar na grande estrela dos teatros em Buenos Aires, o Colón, acusticamente considerado um dos cinco melhores teatros do mundo, inclusive pelo tenor Pavarotti. O Teatro Colón foi inaugurado em 1857 e recebeu grandes divas internacionais.
Como as senhoras viúvas não podiam ser vistas em público sozinhas, foram construídos camarotes fechados, escuros, e com frestas para se ver de dentro para fora, reservados para que essas senhoras pudessem assistir ao espetáculo, sem serem vistas.
Fez-se necessária algumas remodelações e o Colón foi reinaugurado com a ópera Aída, de Verdi, em 25 de março de 1908.
Quase um século mais tarde, uma nova intervenção, desta vez mais profunda, e o teatro ficou fechado por cinco anos, sendo reaberto em 2010, com quase 2.500 poltronas, mil lugares para público em pé e um palco com 20 metros de largura e de profundidade por 15 metros de altura.
Por conta de suas instalações e, principalmente, acústica, esse teatro em Buenos Aires é um poderoso rival do Scala de Milão e do Metropolitan Opera House de Nova York.
Especial A Noite dos Museus
Já está sendo programada para o mês de novembro, a 15ª edição da Noite dos Museus, o maior evento cultural de Buenos Aires (uma espécie de Virada Cultural).
Depois das 20 horas, a cidade, parques, praças, ruas, museus recebem artistas, performers, dançarinos, palhaços, bailarinos, mercados gastronômicos, festivais e espetáculos fazem essa noite mágica.
Calendário
Não é apenas a Noite dos Museus que alegra as noites portenhas, Buenos Aires inventou a Noite das Sorveterias, a Noite das Livrarias, a Noite dos Templos.
Mas há outros eventos importantes, em outros horários, como a Semana de Arte Contemporânea, o Festival Mundial de Tango, a Ciudanza (apresentação de dança), a Matear (Feira de infusões com destaque para a erva mate), o Campeonato de Polo (que atrai jogadores do mundo inteiro), entre muitas outras atividades.
Com datas ainda a confirmar por conta da pandemia.
Parques em Buenos Aires: mais de 300 opções para conhecer
O contrabalanço ideal para garantir a qualidade de vida são os parques em Buenos Aires.
São tantos os parques em Buenos Aires e espaços verdes que é impossível falar de todos, ou mesmo escolher apenas um. Passeando numa tarde de domingo, você pode descobrir aquele que mais te agrada, uma vez que, praticamente, cada bairro tem um parque para chamar de seu.
Alguns dos mais importantes são os Bosques de Palermo, um dos mais interessantes e o Jardim Botânico de Buenos Aires, idealizado pelo paisagista Carlos Thaís, que desenvolveu três jardins de influências diferentes: o jardim romano, o francês e o oriental, com plantas e flores de tipos e cores diversos.
Também encontramos:
- o Jardim Japonês e a harmonia de seu desenho;
- a Plaza Francia, na Recoleta, onde está a emblemática Flor Metálica, presente do artista plástico Eduardo Catalano para a cidade;
- o Parque Centenário, muito frequentado pelos moradores de Almagro e Villa Crespo;
- a Reserva Ecológica Costanera Sur, o maior espaço verde da cidade, perto de Puerto Madero, entre muitos outros.
Mafalda não é um Museu, mas mereceu uma homenagem
Mafalda está para os argentinos, assim como Snoopy está para os americanos e Mônica e Cebolinha para os brasileiros.
Personagem das tirinhas do artista Quino, a menina de seis anos de idade (criada em 1962 e publicada, pela primeira vez, em 1964), cabelo espetado e tiradas sarcásticas e politizadas, é ícone em Buenos Aires e tem fãs por todo o mundo.
- ela fica sentada em um banco na esquina das ruas Chile e Defensa, no bairro de San Telmo, a poucos metros do número 371 da rua Chile, onde “morou” com Quino por anos. No endereço uma placa assinala “aqui viveu Mafalda”;
- a estátua da Mafalda é o ponto de partida do Paseo de la Historieta, uma homenagem aos quadrinhos que termina no Museu do Humor, em Puerto Madero;
- desde 2014, com a companhia dos amigos Susanita e Manolito, Mafalda e suas tiras, conquistou fãs por todo lado, e pode ser encontrada nas lojas de souvenires e em feiras como de San Telmo, Caminito, no microcentro portenho, e no Mercado das Pulgas estampando canecas, a cadernos, camisetas, capas para celulares e etc;
- ao lado do Mercado, pouca gente sabe, fica a Plaza Mafalda, espaço dedicado a ela e seus amigos, com murais e painéis com imagens e tiras da personagem.
Não é só de tango que vive a noite em Buenos Aires…
Noite em Buenos Aires: o que fazer?
As noites em Buenos Aires tem muita ferveção e casas noturnas na cidade, para todos os públicos e idades. Muitas das baladas portenhas são restaurante durante o dia e casa noturna depois da meia noite, quase até o sol nascer.
E, em alguns casos, vale a pena sair para jantar e ficar para dançar. Gêneros musicais? Todos. E várias casas LGBT+ oferecem som de altíssima qualidade. Uma seleção de alguns bons lugares para curtir a noite:
- Sugar Bar fica em Palermo e é um desses restaurantes de dia e boate à noite, funcionando das 18h ao meio dia. Super eclética toca de música eletrônica a rock e pop;
- O Club Boutique (ex-Museum) é bem tradicional em San Telmo, mas nem por isso careta, com seus cinco bares, pista e um restaurante. A happy-hour bomba todos os dias e a balada começa por volta da 1 hora da manhã;
- O Brujas, em Palermo Soho, é conhecido como Dr. Jekyll e Mister Hyde — durante o dia e o jantar é um restaurante e bar tranquilo e excelente. Depois da meia-noite transforma-se em pura ferveção até às 7 horas da manhã, pelos seus três andares. Dica: quem for para jantar não paga entrada, e se quiser fica para dançar;
- Terrazas del Este fica em Belgrano, bem ao lado do rio da Prata, tem um espaço ao ar livre bem bacana e é o queridinho da moçada. Os estilos musicais são os mais variados e às vezes apresentam bandas ao vivo;
- já o Jet Lounge é um espaço mais sofisticado, um lugar de festas temáticas e muita badalação.
- o CroBar é a única filial da América Latina das famosas casas de Nova York, Chicago e Miami. Não podia estar em outro bairro que não em Palermo e suas festas são super disputadas.
- enquanto o La Cigale trouxe para Buenos Aires o espírito dos bares parisienses.
Dá ou não dá para se divertir?
OK! Não dá para resistir aos passos do tango? Bora dançar
Uma conhecida decoradora brasileira ia, pelo menos uma vez por mês, para Buenos Aires. Visitar antiquários? Não. Dançar tango… Casas noturnas com shows de tango profissionais existem aos montes, essas são para você ir, aprender e dançar.
Parece simples, mas não é. O tango é uma dança sensual, passional, forte e os passos não são os básicos dois pra lá dois pra cá. O primeiro passo talvez seja “os primeiros passos”.
No Club General Belgrano você pode aprender os princípios do tango. As aulas acontecem às sextas, às 21 horas, e depois você pode ficar e pôr em prática o que aprendeu. O lugar é pequeno, descontraído e familiar. Assim como o Prática Cochabamba 444, um lugar feito para aprender a dançar.
Fundado no começo do século 20, o piso do Salón Canning encanta os dançarinos amadores ou profissionais. Aqui, o nível de quem baila é mais alto, mas nada impede que você vá tentar dar seus passinhos.
Ele abre todos os dias com diferentes milongas e a mais famosa delas é a Parakultural, que acontece às segundas, quartas e sextas.
Para a moçada descolada o endereço é La Catedral, a casa é patrimônio cultural artístico e turístico do bairro Almagro. O espaço é descolado das paredes ao teto, à culinária vegetariana, um DJ pra lá de eclético e aulas de tango e milongas todos os dias.
Conheça algumas delícias típicas de Buenos Aires
Não saia sem provar algumas delícias típicas de Buenos Aires para comer e beber, e de quebra descobrir as “pasajes” da cidade.
Jugo de pomelo (suco de pomelo)
Pomelo é também conhecido como laranja-natal, cimbo ou toronja, trata-se de uma fruta cítrica, um pouco amarga, que tem a aparência entre a laranja e o limão, e sua polpa varia do amarelo ao vermelho escuro.
Dulce de leche (doce de leite)
É sabido, quase que mundialmente, que o doce de leite argentino é um dos melhores do mundo pela qualidade do leite com que é feito.
Há controvérsias entre os apaixonados pelo doce. Qual o melhor? Há quem ache que o Chimbote é o premium, artesanal.
San Isidro Labrador é outro que entra no páreo, feito com leite de vacas da raça Jersey, é um doce mais escuro, denso e cremoso.
O mais conhecido dos brasileiros é o Havanna, mas que não perde pontos por isso. (eles podem ser encontrados na Dulce de Leche e Co., ou na Casa del Dulce de Leche)
Alfajores
É um docinho típico que lembra, vagamente, o nosso bem-casado, só que mais massudo.
Segundo especialistas, o Cachafaz é o mais saboroso, a receita é tradicional e vem recheado com doce de leite e coberto com chocolate, e sua embalagem faz a maior vista para presente.
Outro muito apreciado é o Abuela Goye, que segue a tradição dos imigrantes que se instalaram na Patagônia, que usam os mesmos ingredientes.
A primeira casa foi aberta em Bariloche, batizada em homenagem às primeiras imigrantes, mas só para consumo local.
O sucesso levou o Abuela Goye para Buenos Aires. E temos o Havanna, nosso velho conhecido, que mesmo com o passar dos anos, não perde a qualidade.
Doces
Não deixe de experimentar os doces da Nucha, a doceria que tem a decoração mais hipster e doces divinos.
É uma das redes mais conhecidas da cidade, passando em frente, entre e prove, você não vai se arrepender (dizem que a melhor loja fica em Palermo, na rua Armenia, 1610, não custa conferir).
Sorvetes
Apaixonados por helados, os argentinos aprenderam todos os segredos dos sorvetes italianos, os melhores do mundo. Em cada bairro existem lojas de redes e pequenas sorveterias artesanais.
Lucciano’s é das mais bem cotadas, eleita a melhor da ciudad. Todas as suas receitas e maquinários vieram da Itália. Os sabores são tradicionais, de frutas da Patagônia, de queijo (sim!) e eles também vendem picolés.
A loja de Palermo é a mais bacana. E a Jauja, os aficionados dizem que é o melhor da cidade e talvez do mundo. Original da Patagônia, os sorvetes são artesanais e eram servidos como sobremesa do restaurante La Cocinita de Jauja.
Com o tempo os sorvetes foram ganhando novos sabores, fama, e hoje os 70 sabores que oferece (variam segundo as estações) podem ser encontrados em 15 lojas espalhadas pela cidade.
Sabores diferentes? Matte, cerveja, cardamomo… E já que você está em Palermo, prove um de cada e tire você mesmo suas conclusões. A tradicional Cadore foi eleita uma das melhores sorveterias do mundo pela National Geographic.
De origem italiana, está desde a década de 1950 em Buenos Aires, e o sorvete de doce de leite é de comer rezando.
Empanadas
É a versão portenha dos nossos pastéis, só que feitos no forno. As melhores, indicam os locais, são as da Pizzaria Guerrín, curiosamente fritas; a La Morada, uma loja com pegada pop e empanadas com sabores diferentes como gorgonzola e aipo e calabresa com queijo.
A casa lota na hora do almoço. La Cocina serve a empanada tradicional, receita original e assada, mas com sabor um pouco mais forte. O endereço principal é na parte de trás da Galeria Boston, no microcentro da cidade.
Pasajes
Você sabia que em Buenos Aires existem mais de 100 vielas? Sim, passagens estreitas, muitas delas com arquitetura original do final do século 19 começo do 20.
“Pasajes” como a del Correo, hoje um polo cultural, na Recoleta, onde também fica a Bollini, que resistiu à especulação imobiliária, abriga restaurantes charmosos, e até mereceu poema de Jorge Luís Borges (La Cortada Bollini).
Seu café La dama de Bollini é conhecido de norte a sul de BA. Dica: vá passeando, muitas vielas podem ser descobertas por Palermo, Belgrano, Recoleta e são oásis de charme e tranquilidade.